Sociedade

Mulheres saem às ruas pelo mundo em atos de protesto e resistência

Greve, passeatas e homenagem à vereadora Marielle Franco marcaram a data em vários países

Rovena Rosa/Agência Brasil
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O Dia Internacional da Mulher é lembrado em todo o mundo nesta sexta-feira 8. A escolha da data remete a 1911, na cidade de Nova York, quando um incêndio na fábrica de roupas Triangle Shirtwais matou 146 pessoas, das quais 123 eram mulheres. A tragédia fez com que a data fosse escolhida para manifestar a necessidade de conscientizar a sociedade sobre os direitos das mulheres.

No Brasil, o 8 de março foi marcado por protestos contra o presidente Jair Bolsonaro, considerado o inimigo das mulheres por diversas e históricas manifestações sexistas e machistas.

Em diversos lugares ao redor do mundo as mulheres foram às ruas protestarem por direitos e demonstrar sua resistência. Greve, passeatas e inclusive uma homenagem para Marielle Franco marcaram a data ao redor do mundo.

Argentina

Milhares de mulheres fizeram greve acompanhada de uma megamanifestação contra a violência machista e a favor do aborto, numa luta pioneira que se tornou referência feminista para toda a América Latina.

Esta será a terceira greve feminista no país, acatada, com mais força, no setor público. A principal reivindicação da greve é a paridade salarial com os homens, num país em que a diferença supera os 25%, segundo dados oficiais.

No ano passado, o aborto na Argentina esteve perto de ser legalizado, a exemplo de Cuba e Uruguai, únicos países na América Latina a legalizarem a prática. Na Argentina, depois de ter sido aprovado pela Câmara de Deputados, o projeto de lei foi rejeitado pelo Senado.

Leia também: Mulheres ainda são desafiadas por ambientes sexistas

Alemanha

Milhares de mulheres e homens, de todas as idades, aproveitaram o novo feriado em Berlim para participar da tradicional passeata do Dia Internacional da Mulher. Neste ano, o protesto prestou especialmente solidariedade às brasileiras e homenageou a vereadora carioca Marielle Franco, cujo assassinato completa um ano na próxima semana e permanece sem respostas.

Apesar dos avanços, a sociedade alemã ainda tem um longo caminho a percorrer para eliminar as disparidades de gênero. Segundo dados de 2016 do Departamento de Estatísticas da União Europeia (Eurostat), a diferença salarial entre homens e mulheres no setor privado alemão é de 21,6%, percentagem maior do que a média da União Europeia (UE), que é de 16,5%.

Espanha

Milhares de mulheres na Espanha participaram de uma greve feminista pelo Dia Internacional da Mulher. A paralisação mobilizou vários setores para mostrar a importância do coletivo feminino para a força de trabalho do país e refletir sobre conquistas e lutas das mulheres. É a segunda vez que a Espanha realiza essa greve. Em 2018, milhões de mulheres aderiram e fizeram a maior manifestação no mundo pelo dia 8 de março.

Este ano, a manifestação ocorreu em quatro setores: o trabalhista, o educativo, o de cuidados e o de consumo. A paralisação é respaldada pela Justiça e pelos sindicatos, ou seja, trabalhadoras desses setores têm o direito de fazer greve sem serem penalizadas.

Leia também: Os projetos conservadores que são ameaças reais às mulheres em 2019

França

Em Paris, a Anistia Internacional foi quem comandou os protestos. Manifestantes se reuniram diante da embaixada da Arábia Saudita defendendo os direitos das mulheres. Com cartazes contendo frases de ordem, as mulheres pediam a libertação de ativistas, incluindo aquelas que fizeram campanha pelo direito de dirigir no reino conservador.

EUA 

Nos Estados Unidos, o movimento chamado “Marcha das mulheres”, organizado no dia seguinte à posse do presidente Donald Trump, também foi às ruas. Elas pediram “dia sem mulheres” no 8 de março para as pessoas valorizarem o trabalho feminino. Em Washington, muitas escolheram ir trabalhar, mas usando roupas vermelhas em apoio ao movimento.

O presidente Donald Trump, assim como o colega Jair Bolsonaro, declarou o seu respeito pelas mulheres e elogiou o papel crucial delas nos Estados Unidos e em todo o mundo. Mas, assim como as brasileiras, as americanas não receberam bem as palavras do republicano. Nas redes sociais, usuários lembraram as declarações misóginas, as acusações de agressão sexual e a postura controversa de Trump sobre o aborto.

Itália

Na cidade de Roma, ramos e guirlandas de mimosa triunfaram em frente ao palácio presidencial. Botões amarelos foram escolhidos pelas mulheres italianas em 1946 como um símbolo do dia 8 de março e foram utilizados como forma de protesto no dia de hoje.

* Com informações da RFI

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