Sociedade
Mulher morre em Goiás após participar de promoção da ‘Picanha do Mito’
O Ministério Público pediu à Polícia Federal a instauração de um inquérito para apurar um possível crime eleitoral


Uma mulher morreu em Goiás após participar de uma promoção anunciada por um frigorífico local no domingo 2, em prol da campanha de Jair Bolsonaro. O corte de picanha, que é vendido por R$ 1,8 mil o quilo, estava saindo por R$ 22/kg na data.
O marido da vítima relatou que a mulher foi esmagada durante um tumulto provocado pela promoção. O homem disse que a perna da esposa começou a inchar após o ocorrido e que ela sofria de problemas circulatórios. Yeda foi levada ao hospital, mas não resistiu e acabou morrendo no local.
O estabelecimento Frigorífico Goiás chegou a utilizar a imagem do presidente e candidato à reeleição Jair Bolsonaro ao anunciar a promoção. Também era utilizada a imagem do cantor sertanejo Gusttavo Lima, que chegou a ser sócio do frigorífico. A promoção também foi divulgada pelo sertanejo bolsonarista Rodrigo, segunda voz da dupla com George, em suas redes sociais.
Vídeos que circulam pelas redes sociais mostram tumulto no local e pessoas se empurrando para tentar entrar no comércio.
Frigorífico anuncia “picanha mito” a R$ 22 e gera tumulto em GO
Estabelecimento usa a imagem do presidente e candidato à reeleição Jair Bolsonaro (PL); trânsito chegou a ficar comprometido no local#Eleiçoes2022
Leia: https://t.co/fIXA9gLY0m pic.twitter.com/9cSF1WH54G
— Metrópoles (@Metropoles) October 2, 2022
Por ter sido realizada no dia do primeiro turno das eleições, a Justiça Eleitoral interviu e pediu que o estabelecimento encerrasse imediatamente a promoção e apagasse as publicações das suas redes sociais, sob pena de multa diária de R$ 10 mil.
Nesta terça-feira 4, o Ministério Público Eleitoral pediu à Polícia Federal a instauração de um inquérito para apurar um possível crime praticado pelos gestores do Frigorífico Goiás. O autor da requisição é o procurador regional Eleitoral auxiliar José Ricardo Teixeira Alves, que indicou possível configuração de crimes previstos no Código Eleitoral.
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