Política

Mortes por causa de chuvas na BA chegam a 25; Rui Costa quer ajuda internacional, independentemente de Bolsonaro

O recado do governador veio horas depois de o governo federal recusar apoio argentino; ao todo, 643.068 pessoas foram afetadas pelas chuvas

Foto aérea das enchentes causadas por fortes chuvas em Itapetinga (BA), no domingo 26. Foto: Clewton Dias/G4TV Drones/AFP
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A Superintendência de Proteção e Defesa Civil informou nesta quinta-feira 30 que chegou a 25 o número de mortos em consequência das chuvas na Bahia. 91.806 pessoas estão desabrigadas ou desalojadas.

A 25ª vítima fatal é um homem de 45 anos que se afogou em Rio do Braço, na zona rural de Ilhéus. Ao todo, 643.068 pessoas foram afetadas pelas chuvas. Conforme o novo balanço, subiu de 434 para 517 o total de feridos. 151 cidades seguem em situação de emergência.

O dia também foi marcado por um novo embate entre o governador da Bahia, Rui Costa (PT), e o presidente Jair Bolsonaro. O petista declarou que o estado aceitará qualquer tipo de ajuda internacional, “sem passar pela diplomacia brasileira”, após o governo federal recusar um pedido para autorização do envio de ajuda humanitária da Argentina às cidades baianas castigadas pelas chuvas.

Segundo Bolsonaro, “a ajuda argentina não seria necessária naquele momento, mas poderá ser acionada oportunamente”.

Horas depois, Rui Costa se dirigiu “a todos os países do mundo: a Bahia aceitará diretamente, sem precisar passar pela diplomacia brasileira, qualquer tipo de ajuda neste momento”.

“Os baianos e brasileiros que moram aqui no estado precisam de todo tipo de ajuda. Estamos trabalhando muito, incansavelmente, para reconstruir as cidades e as casas destruídas, mas a soma de esforços acelera este processo, portanto, é muito bem-vinda qualquer ajuda neste momento”, completou o petista.

Para o ex-capitão, por outro lado, “o fraterno oferecimento argentino, porém muito caro para o Brasil, ocorre quando as Forças Armadas, em coordenação com a Defesa Civil, já estavam prestando aquele tipo de assistência à população afetada”.

O governo baiano argumentou, em nota, que a Argentina pretendia “enviar imediatamente ao sul da Bahia uma missão com profissionais especializados nas áreas de água, saneamento, logística e apoio psicossocial para vítimas de desastres”.

Enquanto isso, na tentativa de justificar a manutenção de suas férias, Bolsonaro publicou nas redes sociais um compilado de vídeos nos quais visitava de helicóptero locais atingidos por outras tragédias. Trata-se de uma estratégia para conter os novos danos à sua imagem.

Nas redes sociais, a popularidade do governo voltou a apresentar tendência de queda nos últimos dias, informa um monitoramento Moldamais/AP Exata. 53,5% avaliam a gestão como ruim ou péssima, 22,1% como boa ou ótima e 24,5% como regular.

Enquanto a Bahia vive uma tragédia humanitária, o ex-capitão curte o recesso no litoral de Santa Catarina. O resultado, diz o levantamento, “foi um aumento abrupto das menções negativas ao presidente, que chegaram a ultrapassar os 70% no Twitter”.

“Na guerra de hashtags, #BolsonaroVagabundo abarcou 24,8% do total de tags em posts que mencionam os presidenciáveis no Twitter. #BolsonaroOrgulhoDoBrasil ficou em segundo lugar, com 9,5%”, acrescenta a pesquisa.

As análises do monitoramento Modalmais/AP Exata consideram dados geolocalizados, em 145 cidades de todos os estados brasileiros, a partir de perfis públicos.

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