Sociedade
Mortes por PMs em serviço cresceram 34% no primeiro ano do governo Tarcísio em SP
Levantamento foi elaborado e divulgado pelo site G1 nesta quarta-feira 3
Eleito governador de São Paulo com um discurso que incentivava a ampliação das forças de segurança e desestimulava o uso de câmera nas fardas de policiais, Tarcísio de Freitas (Republicanos-SP) viu, no seu primeiro ano à frente do Palácio dos Bandeirantes, um aumento expressivo no número de mortes praticadas por policiais militares em serviço.
Segundo um levantamento elaborado e publicado nesta quarta-feira 3 pelo site G1, São Paulo registrou um crescimento de 34% no número de pessoas mortas por policiais em serviço, em 2023.
A pesquisa, que tomou como base dados do Grupo de Atuação Especial da Segurança Pública e Controle Externo da Atividade Policial, do Ministério Público (MP), mostrou que 333 pessoas perderam a vida em 2023, contra 248 no ano anterior. Os números se referem ao período até 20 de dezembro dos dois anos.
A letalidade é ainda maior quando se soma às mortes cometidas por PMs de folga. Nesse caso, 434 pessoas morreram em 2023, contra 375 em 2022. Percentualmente, o aumento foi de 15,7%. Na média, mais de uma pessoa foi morta por dia por um policial militar de São Paulo.
Essa é uma face do crescimento recente dos índices de violência, mas não a única. Os dados coincidem, por exemplo, com o fato de que, só na capital, os furtos aumentaram 7% em 2023, na comparação com o ano anterior.
Entre janeiro e novembro do ano passado, a cidade de São Paulo registrou 229.639 furtos, o que indica uma média de 28,6 furtos por hora.
Desincentivo ao uso de câmeras
Apesar dos resultados, a atual gestão paulista garante que a segurança pública segue sendo uma prioridade. Na última terça-feira 2, em entrevista ao programa “Bom Dia SP”, da TV Globo, Freitas indicou que a segurança pública é a sua principal preocupação.
Além disso, o governador de SP indicou que o caminho para a redução na violência, na sua visão, passa pelo maior monitoramento. Contrariando estudos que indicam a efetividade no uso de câmeras nos fardamentos, o governador questionou a prática.
“A gente não descontinuou nenhum contrato [em relação às câmeras]. Os contratos permanecem. Mas, qual a efetividade das câmeras corporais na segurança do cidadão? Nenhuma”, questionou.
Para além do discurso, a atual gestão paulista reduziu em, pelo menos, 37,3 milhões de reais o orçamento do programa de câmeras corporais. O montante foi sendo reduzido através de quatro decretos editados por Freitas, ao longo do ano passado.
A atual gestão, aliás, confirmou que não fez a aquisição de novas câmeras no ano passado. Atualmente, São Paulo conta com 10.125 equipamentos.
Sobre o tema, a Secretaria da Segurança Pública de SP afirmou que “investe permanentemente no treinamento das forças de segurança e em políticas públicas para reduzir as mortes em confronto, com o aprimoramento nos cursos e aquisição de equipamentos de menor potencial ofensivo”.
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