Sociedade

Moradores do Morumbi querem construir muro para separar Parque Paraisópolis

Integrantes de associação defendem a criação de um muro de três metros e que o parque tenha uma única entrada por rua da comunidade

Moradores do Morumbi querem construir muro para separar Parque Paraisópolis
Moradores do Morumbi querem construir muro para separar Parque Paraisópolis
Urbanização de Paraisópolis. Créditos: Prefeitura de São Paulo / divulgação
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Moradores do Morumbi vizinhos à área que sediará o Parque Paraisópolis pediram permissão à Prefeitura para construir um muro de três metros para dividir a extensão do local com as casas. Previsto para ficar pronto em outubro deste ano, o parque terá 68.150 metros quadrados de área verde, entre a favela de Paraisópolis e casas de alto padrão do Jardim Vitória Régia.

Na solicitação, os moradores ainda pleiteiam que o local tenha apenas uma única entrada, por uma rua de Paraisópolis. Além disso, querem aprovar um regulamento de uso que prevê horário de funcionamento de 7 às 19h, proibição de piquenique, bem como de entrada de carros, motos e bicicletas, proibição de pessoas com animais e de “pessoas cujas atitudes agridam a moral e os costumes dos usuários do Parque”.

Os pedidos foram endereçados pela Associação dos Amigos do Jardim Vitória Régia, por carta, ao secretário municipal do Verde e do Meio Ambiente, Eduardo de Castro.

Ao G1, a diretora da associação afirmou que a intenção é o diálogo e que todos os pedidos podem ser discutidos. Ela justifica a construção do muro por uma possível questão de poluição sonora aos moradores.

“Se houver retirada de árvore, o som que vier, ou baile [funk] que geralmente tem, esse som vai propagar muito mais facilmente para o Vitória Régia do que antes, com as árvores que existiam”, declarou.

Segundo a Prefeitura, a obra prevê a retirada de 19 árvores. Como compensação, serão plantadas 111 novas mudas, informou a administração municipal.

A construção do parque é uma reivindicação da comunidade do Paraisópolis há mais de dez anos, segundo o presidente da União de Moradores e do Comércio de Paraisópolis, Gilson Rodrigues. O objetivo seria oferecer alguma área pública de lazer à segunda maior favela de São Paulo, que tem mais de 100 mil habitantes.

A Prefeitura de São Paulo afirmou que ainda não analisou os pedidos dos moradores e que irá apresentá-los em reunião que será agendada com o secretário. Outros parques de São Paulo, como o Villa Lobos, na Zona Oeste de São Paulo, e o Ibirapuera, na Zona Sul, têm grades na divisa com condomínios e outros imóveis.

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