Sociedade

Monitoramento via satélite identifica 130 balsas de garimpo ilegal em rio do Amazonas

A identificação, feita pelo Greenpeace, ocorre cinco meses depois de o Ibama e a Polícia Federal destruírem mais de 450 embarcações no local

Monitoramento via satélite identifica 130 balsas de garimpo ilegal em rio do Amazonas
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Créditos: Reprodução Greenpeace
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Um monitoramento via satélite realizado pelo Greenpeace Brasil identificou 130 balsas de garimpo ilegal atuando no Rio Madeira, na altura entre os municípios de Novo Aripuanã e Humaitá, no Amazonas.

A identificação ocorre cinco meses depois de o Ibama e a Polícia Federal destruírem mais de 450 embarcações no local, no curso da Operação Prensa, realizada em agosto do ano passado. A organização alerta para a retomada das atividades ilegais na região.

Segundo o Greenpeace, as dragas foram detectadas depois de a organização receber 12 alertas remotos, via satélite, sendo que, sete deles indicaram balsas agregadas em operação e outros cinco indicaram balsas em deslocamento ou ancoradas.

A organização destaca que o Rio Madeira enfrenta uma epidemia ilegal de extração de ouro há mais de 40 anos, e cobra ações do governo federal. A atividade, segundo o Greenpeace, é impulsionada por garimpos embarcados que dragam sedimentos de fundo do rio com maquinário pesado, destruindo o leito, contaminando as águas com mercúrio e impactando gravemente as comunidades ribeirinhas.

“A destruição causada pelo garimpo é sustentada por uma cadeia criminosa que opera com total impunidade. É urgente que o governo brasileiro adote políticas integradas que unam tecnologia, fiscalização eficiente e alternativas econômicas sustentáveis para proteger nossos rios e populações”, afirma o porta-voz da Frente de Povos Indígenas do Greenpeace Brasil, Jorge Eduardo Dantas.

As atividades ilegais acontecem a despeito de decisões judiciais tomadas contra o garimpo no local.

Em 2021, a Justiça Federal da 1ª Região declarou inconstitucionais diversas licenças ambientais emitidas pelo Instituto de Proteção Ambiental do Amazonas (IPAAM), por falta de estudos de impacto ambiental e pelo uso indiscriminado de mercúrio. Ainda assim, a exploração continua a ocorrer de forma sistêmica, agravando os danos à biodiversidade e aos modos de vida locais.

No mesmo ano, em novembro, o Greenpeace Brasil localizou, em um sobrevoo, centenas de balsas no Rio Madeira em uma região situada entre as cidades de Autazes e Nova Olinda do Norte.

Segundo o MapBiomas, a área de garimpo terrestre na bacia do Madeira saltou de 3.753 hectares em 2007, para 9.660 hectares em 2020, um aumento de 5.907 hectares, área equivalente a mais de 8.200 campos de futebol.

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