Saúde

Manaus: fornecedor diz que vai importar oxigênio da Venezuela

Empresa White Martins afirma que há ‘crise sem precedentes’ por ‘demanda exponencial’ de oxigênio, devido à Covid-19

Homem é fotografado em frente ao Hospital 28 de agosto, em Manaus, durante crise da segunda onda de coronavírus na cidade. Foto: Michael Dantas/AFP
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A White Martins, empresa que fornece oxigênio para Manaus, informou que importará o insumo da Venezuela. A decisão ocorre após hospitais da capital do Amazonas anunciarem esgotamento de oxigênio para os pacientes internados, como consequência do aumento de casos de Covid-19.

“A White Martins já identificou a disponibilidade de oxigênio em suas operações na Venezuela e neste momento está atuando para viabilizar a importação do produto para a região”, comunicou a empresa em nota.

A empresa declarou que há “demanda exponencial” por oxigênio na cidade, cinco vezes a mais que o normal nos últimos quinze dias. O aumento do consumo saltou para setenta mil metros cúbicos por dia, quase o triplo da capacidade nominal diária de produção da unidade local, de vinte e cinco metros cúbicos. Segundo a companhia, o consumo “segue crescendo fora de controle e qualquer previsibilidade”.

Antes da pandemia, a empresa diz que sua unidade local operava com 50% de sua capacidade, e isso era suficiente para atender os clientes, porque o consumo oscilava entre dez mil e quinze mil metros cúbicos por dia. Entre abril e maio de 2020, na primeira onda da pandemia, o índice alcançou pico de trinta mil metros cúbicos.

No cenário atual “sem precedentes”, a White Martins diz ter ampliado sua capacidade de produção para vinte e oito mil metros cúbicos diários e direcionado todos os insumos para o setor medicinal. A empresa também tenta levar oxigênio de fábricas em outros estados, por meio de vias fluvial e aérea, e pôde contar ainda com a colaboração de quinhentos cilindros com suporte da Força Aérea Brasileira.

A empresa afirma ter enviado comunicados às autoridades sobre a “alta complexidade do fornecimento de oxigênio medicinal para Manaus” e solicitou apoio diante de um “cenário extremamente desafiador”, como a mobilização de órgãos competentes e de outras empresas.

A direção declarou que pediu à Agência Nacional de Vigilância Sanitária, em requerimento, a “flexibilização temporária” do percentual mínimo de pureza do oxigênio produzido no Amazonas. A porcentagem mínima seria alterada para 95%, o que aumentaria a capacidade produtiva da planta de Manaus em aproximadamente dois mil metros cúbicos diários.

“Diante da presente situação de força maior, mesmo com todos os esforços e com a implementação desta série de medidas emergenciais, ainda não é possível suprir toda a demanda de oxigênio crescente e jamais vista na região. Ciente de seu papel social, a White Martins segue buscando incansavelmente soluções em todas as instâncias”, declarou a companhia.

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