O major Edson Raimundo dos Santos, condenado a treze anos de prisão pela tortura e pela morte do pedreiro Amarildo Souza, foi reintegrado à Polícia Militar, segundo decisão publicada no Diário Oficial do estado do Rio de Janeiro na última sexta-feira 29.
Entre 13 e 14 de de julho de 2013, Amarildo estava em um bar quando foi levado por policiais da Unidade de Polícia Pacificadora da Rocinha. Ele nunca mais foi visto.
O Major Edson, à época, comandava a UPP, que naquele momento executava a Operação Paz Armada, com o objetivo de reprimir o tráfico na comunidade na zona sul do Rio.
Três anos depois, Edson e outros doze policiais militares foram condenados pelos crimes de tortura seguida de morte, ocultação de cadáver e fraude processual.
Na condenação, a juíza Daniela Alvarez Prado, da 35ª Vara Criminal do Rio, escreveu que Amarildo foi “vítima de uma cadeia de enganos, era vulnerável à ação policial, além de ser ‘negro e pobre, dentro de uma comunidade à margem da sociedade'”.
O comandante da UPP recebeu a pena mais dura “por ser um superior que deveria dar exemplo aos subordinados”, conforme a sentença da magistrada.
Desde dezembro de 2019, no entanto, o major conta com o benefício da liberdade condicional. Na ocasião, a juíza Larissa Maria Nunes Barros Frankin Duarte, da Vara de Execuções Penais do Tribunal de Justiça do Rio, argumentou que o PM completou o tempo necessário para receber o benefício, além de ser réu primário.
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