Sociedade
Mais de 500 famílias do MST ocupam terras improdutivas na Bahia
Ações fazem parte da Jornada Nacional de Lutas em Defesa da Reforma Agrária do MST
Três latifúndios improdutivos foram ocupados por trabalhadores e trabalhadoras rurais neste fim de semana no estado da Bahia.
Mais de 500 famílias camponesas integram as ações que fazem parte da Jornada Nacional de Lutas em Defesa da Reforma Agrária do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST).
No município de Guaratinga, extremo sul do estado, 118 famílias reocuparam a fazenda Mata Verde no sábado (22). Desde o ano passado, o MST denuncia a improdutividade da área e a violência de despejos que ocorreram na região.
Centenas de pessoas chegaram a ficar na beira da estrada, sem abrigo, por dias, após uma operação de retirada realizada em 2022.
Na madrugada de domingo (22), cerca de 200 famílias ocuparam 4 mil hectares de terras improdutivas na região do Salitre, em Juazeiro do Norte. No baixo sul do estado, também houve ocupação na fazenda Jerusalém, no município de Jaguaquara.
A caminhada havia começado em 10 de abril. No dia 17 do mesmo mês, 155 policiais deram andamento à operação, que ficou conhecida como Massacre de Eldorados dos Carajás. Entre as vítimas, há registros de pessoas que foram alvejadas por tiros na nunca e na testa, um sinal explícito de execução.
Em 2023, quase trinta anos após o crime, a jornada de lutas segue, com o lema “Reforma Agrária, contra a fome e a escravidão: por Terra, Democracia e Meio Ambiente”. Além das ocupações, o movimento popular organizou atos políticos, plantio de árvores, doações, negociações e marchas.
Apoie o jornalismo que chama as coisas pelo nome
Os Brasis divididos pelo bolsonarismo vivem, pensam e se informam em universos paralelos. A vitória de Lula nos dá, finalmente, perspectivas de retomada da vida em um país minimamente normal. Essa reconstrução, porém, será difícil e demorada. E seu apoio, leitor, é ainda mais fundamental.
Portanto, se você é daqueles brasileiros que ainda valorizam e acreditam no bom jornalismo, ajude CartaCapital a seguir lutando. Contribua com o quanto puder.