Mais de 2,3 mil brasileiros ficaram órfãos em 2021 em decorrência de crimes de feminicídio

Um levantamento do Fórum Brasileiro de Segurança Pública revela que mais de 2,3 mil brasileiros ficaram órfãos no País só em 2021, em decorrência dos crimes de feminicídio. O número pode ser ainda maior devido às investigações em andamento.

O número de órfãos é  consequência da morte de 1.319 mulheres no período, o que dá uma média de 25 casos por semana, ou pelo menos uma mulher morta a cada 8 horas.

Pelo levantamento, também é possível identificar que 70% das mulheres mortas tinham entre 18 e 44 anos, ou seja, estavam em idade reprodutiva.

Mais de 97,8% das vítimas foram mortas por um companheiro atual, antigo ou outro parente. A maioria das vítimas (66,7%) é composta por mulheres negras.

Segundo especialistas, os dados reforçam a necessidade de políticas públicas de acompanhamento aos órfãos, que possam oferecer pensões e acompanhamento psicológico, o que ainda não é uma realidade no País.

Reportagem sobre o tema veiculada no Fantástico, da TV Globo, identificou alguns projetos desta natureza em alguns municípios e estados, caso do Recife, que sancionou na última semana um PL que estipula uma bolsa de 606 reais para órfãos de feminicídio.

No Amazonas, desde 2018, famílias que se responsabilizam pelos órfãos recebem atendimento social, psicológico e jurídico da Defensoria Pública do Estado. Na Câmara dos Deputados, tramitam 11 projetos com propostas para oferecer assistência focada em órfãos de feminicídio.

Em dezembro de 2021, o governo federal instituiu o Plano Nacional de Enfrentamento ao Feminicídio, que tem entre seus objetivos está garantir assistência integral aos órfãos decorrentes do crime.