Política
Maioria dos eleitores arrependidos de Bolsonaro deve votar em Lula, revela pesquisa
Levantamento sobre o bolsonarismo no Brasil mostra que os arrependidos rejeitam o presidente porque se sentem traídos e decepcionados


A maioria dos eleitores que votaram no presidente Jair Bolsonaro em 2018 e se arrependeram deve optar pelo ex-presidente Lula no pleito de 2022. É o que revela a pesquisa inédita Bolsonarismo no Brasil divulgada nesta sexta-feira 20.
De acordo com o levantamento, os arrependidos manifestam altíssima rejeição a Bolsonaro, expressa pelos sentimentos de traição e de decepção.
“Diversos entrevistados afirmam que se trata do “maior arrependimento da vida”. Uma parcela desses eleitores gostaria de uma terceira via, pois também não desejam votar em Lula (ou no PT). Contudo, uma expressiva maioria defende de modo convicto o voto em Lula (especialmente no 2ºturno)”, diz o documento.
“Chama atenção que tais eleitores narram as conquistas do governo Lula de modo nostálgico. Já os apoiadores moderados afirmam que seguem votando em Bolsonaro se a situação continuar como está, enquanto os mais fiéis – geralmente evangélicos – não mudariam o voto em nenhuma circunstância.”
A pesquisa aponta ainda que maioria dos participantes — em todas as cidades — não conhecia Bolsonaro antes da campanha de 2018.
“A maioria expressiva dos entrevistados foi motivada pelo antipetismo e pelo desejo de ruptura com a classe política tradicional, vista como corrupta e auto interessada”, revela o levantamento. “Dentre o segmento de arrependidos da classe A/B esse sentimento de repúdio da política tradicional continua forte para a orientação do voto.”
O levantamento foi realizado pelo Laboratório de Estudos de Mídia e Esfera Pública, o Lemep para o Instituto para Reforma das Relações entre Estado e Empresa (IREE).
Confira a íntegra:
BOLSONARISMO_NO_BRASIL (1)Apoie o jornalismo que chama as coisas pelo nome
Depois de anos bicudos, voltamos a um Brasil minimamente normal. Este novo normal, contudo, segue repleto de incertezas. A ameaça bolsonarista persiste e os apetites do mercado e do Congresso continuam a pressionar o governo. Lá fora, o avanço global da extrema-direita e a brutalidade em Gaza e na Ucrânia arriscam implodir os frágeis alicerces da governança mundial.
CartaCapital não tem o apoio de bancos e fundações. Sobrevive, unicamente, da venda de anúncios e projetos e das contribuições de seus leitores. E seu apoio, leitor, é cada vez mais fundamental.
Não deixe a Carta parar. Se você valoriza o bom jornalismo, nos ajude a seguir lutando. Assine a edição semanal da revista ou contribua com o quanto puder.
Leia também

Popularidade de militares está em queda vertiginosa com Bolsonaro, revela pesquisa
Por CartaCapital
Rejeição ao governo Bolsonaro bate recorde e chega a 64%, diz pesquisa
Por CartaCapital
Rejeição ao governo Bolsonaro sobe e chega a 54%, mostra pesquisa XP/Ipespe
Por CartaCapital