Luxo e propina: quem é Maurício Demétrio, delegado condenado a nove anos de prisão no Rio

Sentença aponta que delegado comandava um esquema que cobrava e negociava propina em Petrópolis (RJ)

O delegado Maurício Demétrio, condenado pela Justiça do Rio. Foto: Reprodução

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Preso desde junho de 2021, o delegado Maurício Demétrio Afonso Alves foi condenado, na última segunda-feira 8, a nove anos de prisão pelo cometimento de cinco crimes. Obstrução de justiça, organização criminosa e lavagem de capitais são alguns dos crimes cometidos por ele, segundo a sentença que o condenou.

A decisão foi tomada pelo juiz Bruno Monteiro Rulière, da 1ª Vara Especializada em Organização Criminosa do Rio, que também determinou a perda da função pública do delegado. Cabe recurso da decisão.

Membro da Polícia Civil do Rio há duas décadas, Maurício Demétrio passou por delegacias especializadas em crimes contra a propriedade imaterial, roubos e furtos, causas ambientais e do consumidor. 

Na primeira, de acordo com o Ministério Público (MP), Demétrio teria feito parte de uma rede para negociar e obter propina de comerciantes em Petrópolis, na região Serrana do Rio.

Na prisão de Demétrio, agentes do MP chegaram a apreender 240 mil reais em espécie na casa do delegado, além de treze celulares, carros de luxo e jóias. Sinal da vida financeira desproporcional à renda como delegado, segundo a sentença que o condenou. 

“Foram colhidas provas de que o Delegado de Polícia Maurício Demétrio Afonso Alves externa um padrão de riqueza altíssimo, inclusive muito superior ao que a remuneração (exclusiva) da sua atividade lícita lhe permitiria”, aponta um trecho da sentença. 


O texto indica, ainda, que “são inúmeros os registros de gastos altíssimos com o aluguel constante em mansões em Angra, utilização rotineira de lanchas e jet-ski, viagens internacionais constantes (em classe executiva)”, além de que Demétrio era “proprietário de diversos carros blindados de altíssimo padrão” e tinha “residência fixada em imóvel de luxo”.

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