Política
Lula defende mostrar as terras que podem ser utilizadas para reforma agrária ‘sem muita briga’
O presidente lançou o programa Terra da Gente, no Palácio do Planalto, em meio a ações do MST
O presidente Lula (PT) defendeu nesta segunda-feira 15 mostrar ao País as áreas que podem ser disponibilizadas para a reforma agrária “sem muita briga”. A declaração foi proferida durante o lançamento do programa Terra da Gente, no Palácio do Planalto, em Brasília.
Lula afirmou ter solicitado ao ministro do Desenvolvimento Agrário e da Agricultura Familiar, Paulo Teixeira (PT), um levantamento de todas as terras que poderiam ser usadas para essa finalidade.
“Isso não invalida a continuidade da luta pela reforma agrária. Mas o que nós queremos fazer é mostrar aos olhos do Brasil o que a gente pode utilizar sem muita briga. Isso sem querer pedir para ninguém deixar de brigar”, disse o presidente.
O decreto assinado por Lula para instituir o Terra da Gente organiza as formas de obtenção e destinação de terras: já adquiridas, em aquisição, passíveis de adjudicação por dívidas com a União, imóveis improdutivos, imóveis de bancos e empresas públicas, áreas de ilícitos, terras públicas federais, terras doadas e imóveis estaduais que podem ser usados como pagamento de dívidas com a União.
O objetivo do governo é ter um mapa com tamanho, localização e alternativas de obtenção de áreas que podem ser destinadas à reforma agrária.
O lançamento do programa ocorre durante o chamado “Abril Vermelho”, impulsionado pelo Movimento dos Trabalhadores Sem Terra (MST) como parte da jornada anual que lembra o massacre de Eldorado dos Carajás, em 1996, e cobra avanços na política de reforma agrária.
Em nota divulgada nesta segunda, o MST contabilizou pelo menos 30 ações em 14 estados, com a mobilização de mais de 20 mil famílias. O movimento registrou 24 ocupações de terra em 11 estados.
Apoie o jornalismo que chama as coisas pelo nome
Depois de anos bicudos, voltamos a um Brasil minimamente normal. Este novo normal, contudo, segue repleto de incertezas. A ameaça bolsonarista persiste e os apetites do mercado e do Congresso continuam a pressionar o governo. Lá fora, o avanço global da extrema-direita e a brutalidade em Gaza e na Ucrânia arriscam implodir os frágeis alicerces da governança mundial.
CartaCapital não tem o apoio de bancos e fundações. Sobrevive, unicamente, da venda de anúncios e projetos e das contribuições de seus leitores. E seu apoio, leitor, é cada vez mais fundamental.
Não deixe a Carta parar. Se você valoriza o bom jornalismo, nos ajude a seguir lutando. Assine a edição semanal da revista ou contribua com o quanto puder.



