Justiça determina que o MST desocupe mais uma fazenda da Suzano na Bahia

O movimento aponta quebra de acordo, argumenta que as propriedades não cumprem função social e pede desapropriação para reforma agrária

Foto: Coletivo de Comunicação do MST na Bahia

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A juíza Lívia de Oliveira Figueiredo determinou a reintegração de mais uma fazenda da Suzano na Bahia ocupada por integrantes do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra desde a terça-feira 27. A propriedade fica em Teixeira de Freitas.

Figueiredo fixou uma multa diária de 10 mil reais em caso de descumprimento. Esta é a segunda decisão favorável à empresa contra as ocupações do MST na Bahia. Na quinta 2, o juiz Renan Souza Moreira havia ordenado a desocupação de uma fazenda em Mucuri..

Já o processo relacionado à propriedade ocupada em Caravelas segue em análise.

O MST argumenta que as terras não cumprem função social e devem ser desapropriadas para reforma agrária. Além disso, diz o movimento, a Suzano teria descumprido um acordo firmado em 2011.

Na quinta-feira, o ministro do Desenvolvimento Agrário e Agricultura Familiar, Paulo Teixeira, afirmou ter pedido ao MST a retirada de seus integrantes das fazendas da Suzano. Disse, ainda, que o governo Lula deseja “recuperar” o acordo entre o movimento e a empresa.

“A própria Suzano vai recuperar, porque ela não tinha mais a memória desse acordo. E o MST também vai trazer, do ponto de vista dele, o que foi o acordo”, disse Teixeira. Ele prevê uma reunião com a presença de representantes do MST e da Suzano, na próxima quarta-feira 8, sob a intermediação do ministério.


Em nota, o MST afirmou que “a luta é pela construção de um País mais justo e soberano” e que “acredita que através da Reforma Agrária Popular será possível melhorar a qualidade de vida das pessoas, produzir alimentos saudáveis, proteger a natureza e combater os flagelos sociais, em especial, combater a fome e a miséria”.

A Suzano, por sua vez, classificou a ação do MST como “uma invasão ilegal”.

“Cabe reforçar que a empresa cumpre integralmente as legislações ambientais e trabalhistas aplicáveis às áreas em que mantém atividades, tendo como premissas em suas operações o desenvolvimento sustentável e a geração de valor e renda, reforçando assim seu compromisso com as comunidades locais e com o meio ambiente”, diz a nota. O texto ainda aponta que a Suzano gera aproximadamente 7 mil empregos diretos e mais de 20 mil postos indiretos.

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