O bispo evangélico João Batista do Santos foi condenado a 20 anos e seis meses de cadeia após ser julgado culpado, nessa terça-feira 15, por um estupro em uma jovem LGBT+ de 13 anos.
Ao confiar no bispo para dizer-se homossexual, a garota passou a ser abusada por ele como uma forma corretiva de “cura gay”, apontou a denúncia do Ministério Público do Distrito Federal e Territórios (MPDFT).
Os abusos se repetiram ao menos por três vezes no ano de 2017, e o fato da vítima confiar no homem aumentou a pena. A decisão vem da Vara Criminal do Recanto das Emas.
Segundo denúncia do MPDFT, mesmo antes dos abusos, o bispo falava que amava e que iria casar com a adolescente. Assim que a vítima disse ser LGBT+, o bispo propôs “passar um óleo para ungir seu corpo, argumentando ser uma forma de cura gay”.
A garota passou a apresentar síndromes de ansiedade e do pânico, de acordo com a sentença do juiz, além de ter passado por “episódios de desmaios e necessidade de atendimento psicológico, aspectos que sugerem gravames que extrapolam o próprio dissabor decorrente dos atos libidinosos a que foi submetida”.
Essa não tinha sido a primeira vez que João Batista havia sido acusado de estupro, e a denúncia não era solitária.
Em relato ao jornal Metrópoles, uma das vítimas afirmou que João Batista dizia que precisava ungi-la nua. “Ele disse que tinha que ungir minhas partes íntimas com óleo para me livrar de uma maldição”, contou.
Após o início das investigações, verificou-se que o homem já havia sido condenado duas vezes pelo crime de violação sexual mediante fraude, mas havia recorrido e respondia aos processos em liberdade. Ele também havia sido absolvido em outros dois processos com denúncias semelhantes.
Segundo a denúncia, João Batista seguia um “modus operandi” que passava por ganhar a confiança das vítimas e, depois, fazê-las acreditarem que o óleo as curaria do “mal”. Batista estava preso preventivamente desde fevereiro deste ano.
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