Sociedade

Jovem negro é agredido em shopping e diz ter sido confundido com ladrão

Polícia apura caso de entregador de 18 anos que relatou ter sido ameaçado com arma na Ilha do Governador, no Rio de Janeiro

Vídeo de agressão circulou nas redes sociais. Foto: Reprodução
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A Polícia Civil do Rio de Janeiro apura um caso de agressão a um jovem negro no Ilha Plaza Shopping, localizado na Ilha do Governador, bairro da zona norte da capital fluminense.

De acordo com a Polícia Civil, uma investigação foi aberta na 37ª Delegacia de Polícia. A vítima deve ser ouvida ainda nesta sexta-feira 7. Os investigadores também afirmam que buscam testemunhas e solicitaram imagens do circuito interno do shopping.

Segundo informações da TV Globo, o jovem se chama Matheus Fernandes, tem 18 anos e trabalha como entregador. À emissora, ele relatou que tinha ido a uma unidade das lojas Renner para trocar um relógio que havia comprado para o pai.

Conforme relatou o jovem, ele teria sido confundido com um ladrão dentro do shopping e foi agredido e imobilizado por dois homens, que se identificaram como policiais militares. Em entrevista à Globo, a mãe da vítima, Alice Fernandes, afirmou que ele foi vítima de racismo.

O vídeo do episódio circula na internet. Nas imagens, um homem de camisa vermelha aparece imobilizando o jovem, que está no chão. Outro homem de camisa preta acompanha a ocorrência. O jovem afirmou ter sido ameaçado com uma arma. Pessoas ao redor protestam contra os agressores. Em seguida, um segurança do shopping chega ao local, mas não acode a vítima.

Nas redes sociais, as lojas Renner afirmaram que os agressores não integram o quadro de colaboradores ou de prestadores de serviço da empresa. A nota também diz que “violência é crime” e diz que a companhia está à disposição da família. Além disso, declararam que estão tomando medidas “para esclarecer o caso, bem como apoiar o Matheus nesse sentido”.

Em nota a CartaCapital, a Renner disse que já fez contato com a família de Matheus Fernandes. Confira, a seguir, o posicionamento na íntegra da empresa.

“Lamentamos profundamente o episódio de agressão ocorrido no shopping Ilha Plaza, fora da nossa loja. Repudiamos e não compactuamos com qualquer forma de preconceito, discriminação e violência. Estamos tomando as medidas necessárias para esclarecer o caso e já fizemos contato com a família do Matheus Fernandes para dar a ele o suporte necessário.

A Renner reitera que a agressão aconteceu fora da loja. No nosso processo de apuração interna, ficou claro que os agressores não integram o nosso quadro de colaboradores ou de prestadores de serviço.

Pedimos esclarecimento ao shopping para entender o que ocorreu e o motivo pelo qual o cliente foi retirado de forma agressiva da nossa loja. Também estamos colaborando com as autoridades e já fornecemos as imagens de nosso circuito interno de TV.”

 

Em nota, a Ilha Plaza Shopping disse que os agressores não são funcionários da empresa e manifestou solidariedade ao cliente. Confira, a seguir, a nota na íntegra do shopping carioca.

“O Ilha Plaza Shopping repudia qualquer tipo de violência ou discriminação, lamenta profundamente o ocorrido na noite de ontem e se solidariza com o cliente Matheus Fernandes. Neste momento, está adotando todas as medidas necessárias para colaborar com as autoridades.

O Ilha Plaza Shopping é um estabelecimento familiar conhecido por ser um ambiente pacífico, democrático e seguro. Nenhum tipo de violência ou ato de racismo e preconceito são tolerados dentro de nossas dependências.

O Ilha Plaza ratifica que os agressores não são funcionários do shopping. O vigilante do Ilha Plaza (que aparece uniformizado no vídeo) atuou de forma a contornar pacificamente a situação a fim de preservar não apenas o cliente, como também todas as pessoas que lá se encontravam.

O shopping ainda não teve acesso às investigações da Polícia Civil.”

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