Sociedade

Jovem de 26 anos é atingida por tiro na cabeça em ação da PRF; agentes são afastados

Mulher estava indo passar o natal com parentes; seu estado é grave

Jovem de 26 anos é atingida por tiro na cabeça em ação da PRF; agentes são afastados
Jovem de 26 anos é atingida por tiro na cabeça em ação da PRF; agentes são afastados
Mulher estava indo passar o natal com parentes quando foi alvejada pela PRF. Foto: Reprodução
Apoie Siga-nos no

A jovem Juliana Leite Rangel, de 26 anos, foi atingida com um tiro na cabeça, durante uma ação da Polícia Rodoviária Federal (PRF) na Rodovia Washington Luís (BR-040), na noite desta terça-feira 24.

A vítima estava indo com a família, de cinco pessoas, passar o Natal na casa de parentes em Itaipu, Niterói, região metropolitana do Rio de Janeiro, quando o carro foi atingido por vários disparos feitos pelos agentes da PRF, na altura de Duque de Caxias, na Baixada Fluminense.

O caso aconteceu por volta das 21h. Ela foi encaminhada ao Hospital Municipal Adão Pereira Nunes, em Caxias, e precisou ser entubada, passou por cirurgia e o quadro de saúde é considerado gravíssimo.

Por meio de nota, a PRF informou que “a Corregedoria-Geral da Polícia Rodoviária Federal, em Brasília, determinou abertura de procedimento interno para apuração dos fatos relacionados à ocorrência da noite de terça-feira, na BR-040, Rodovia Washington Luís, em Duque de Caxias, na Baixada Fluminense. Os agentes envolvidos foram afastados preventivamente de todas as atividades operacionais“.

A PRF disse ainda que lamenta profundamente o episódio. Por determinação da direção-geral, a Coordenação-Geral de Direitos Humanos acompanha a situação e presta assistência à família da jovem Juliana Leite Rangel. A nota afirma que a PRF colabora com a Polícia Federal, responsável pelo inquérito, no fornecimento de informações que auxiliem nas investigações do caso.

Em nota, a Secretaria Municipal de Saúde informou que “a paciente, foi atingida por arma de fogo no crânio, foi entubada e encaminhada diretamente para o centro cirúrgico, onde passou por procedimento, sem intercorrências. O quadro de saúde da vítima é gravíssimo”.

O pai da jovem, Alexandre da Silva Rangel, de 53 anos, também deu entrada na unidade de saúde com um tiro na mão esquerda. Ele foi avaliado pela cirurgia geral e ortopedia da unidade hospitalar, não sendo constatadas lesões ou fraturas, apenas um pequeno corte, e recebeu alta ainda na noite de terça-feira.

O carro de Alexandre com várias marcas de tiros e o da equipe da PRF foram rebocados para o pátio da delegacia federal, em Nova Iguaçu, onde será realizada a perícia e o depoimento dos policiais e das vítimas que estavam no carro, todos da mesma família.

Em nota, a Polícia Federal informou que “instaurou inquérito para apurar os fatos relacionados à ocorrência registrada na noite desta terça-feira 24, no Rio de Janeiro, envolvendo policiais rodoviários federais, que confundiram o carro da família de Juliana Leite Rangel, 26 anos, com um carro de criminosos que teriam atirado contra a viatura da PRF, na rodovia Washigton Luís”.

“Após ser acionada pela Polícia Rodoviária Federal, uma equipe da Polícia Federal esteve no local para realizar as medidas iniciais, que incluíram a perícia do local, a coleta de depoimentos dos policiais rodoviários federais e das vítimas, além da apreensão das armas para análise pela perícia técnica criminal”, informa a PF na nota.

Decreto

Nesta terça-feira, o Ministério da Justiça e Segurança Pública (MJSP) publicou o decreto que regulamenta o uso da força durante operações policiais. Assinada pelo presidente Lula (PT) , a medida estabelece diretrizes para o uso gradativo de armas para evitar a violência policial em todo o país.

De acordo com o decreto, o uso de arma de fogo deve ser feito como medida de último recurso. Armas só poderão ser usadas quando outros recursos de “menor intensidade não forem suficientes para atingir os objetivos legais pretendidos”.

(Com informações da Agência Brasil).

ENTENDA MAIS SOBRE: , , ,

Jornalismo crítico e inteligente. Todos os dias, no seu e-mail

Assine nossa newsletter

Assine nossa newsletter e receba um boletim matinal exclusivo

Apoie o jornalismo que chama as coisas pelo nome

Depois de anos bicudos, voltamos a um Brasil minimamente normal. Este novo normal, contudo, segue repleto de incertezas. A ameaça bolsonarista persiste e os apetites do mercado e do Congresso continuam a pressionar o governo. Lá fora, o avanço global da extrema-direita e a brutalidade em Gaza e na Ucrânia arriscam implodir os frágeis alicerces da governança mundial.

CartaCapital não tem o apoio de bancos e fundações. Sobrevive, unicamente, da venda de anúncios e projetos e das contribuições de seus leitores. E seu apoio, leitor, é cada vez mais fundamental.

Não deixe a Carta parar. Se você valoriza o bom jornalismo, nos ajude a seguir lutando. Assine a edição semanal da revista ou contribua com o quanto puder.

Leia também

Jornalismo crítico e inteligente. Todos os dias, no seu e-mail

Assine nossa newsletter

Assine nossa newsletter e receba um boletim matinal exclusivo