Sociedade

João do Violão e a resistência boêmia

Compositor da música ‘Eu bebo sim’ endossa campanha contra projeto de lei para proibir bebidas alcoólicas em espaços públicos no estado de SP

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João do Violão é figura conhecida na noite paulistana. Muitos brasileiros não sabem, mas o conhecem há tempos. Trazem na ponta da língua uma de suas canções mais famosas, um verdadeiro hino da boemia. Composta em 1973, a música Eu bebo sim (e estou vivendo…) continua a embalar blocos carnavalescos e rodas de samba até hoje. Do Oiapoque ao Chuí, como costuma-se dizer dos sucessos que vencem os regionalismos e entram para o cancioneiro nacional. Foi escrita em parceria com Luis Antonio, autor, entre outros, dos sambas Sassaricando, Lata D’Água na Cabeça e Barracão de Zinco. Nos últimos tempos, aliás, a canção Eu bebo sim acabou até mesmo convertida em fado, na curiosa interpretação do grupo folclórico Ús Sai de Gatas, da província de Coimbra, em Portugal.

Apesar do nome que o consagrou, o compositor não arranha um violão há mais de 20 anos. “O senso crítico me obrigou a reconhecer que sou um violonista medíocre”, diz, interrompendo a fala com um breve gole de cerveja. “Meu negócio é compor música, não toco mais nenhum instrumento.” E também organizar passeios culturais para todo o canto onde o samba de raiz ainda se manifesta. Presença requisitada nas melhores rodas de samba da capital paulista, João abriu espaço em sua agenda para uma atividade um tantinho diferente de sua lide: o ativismo político.

Na última sexta-feira, 9 de março, ora convertido em “Dia do Eu bebo sim” por seus amigos e seguidores, empenhou-se para “desorganizar” um protesto contra o projeto de lei do deputado estadual Campos Machado, líder do PTB na Assembleia Legislativa de São Paulo, que pretende proibir o consumo de bebidas alcoólicas em qualquer espaço público do estado. Caso a lei seja aprovada, a cervejinha pós-expediente ficaria restrita aos encontros domésticos e bares fechados. Nada de desfilar por aí em parques, ruas, calçadas ou praias com uma loura gelada. Ao menos não sem lhe vestir uma burka, saco plástico ou congênere.

Ao menos 300 manifestantes compareceram na esquina da Alameda Santos com a Ministro Rocha Azevedo, na região da Paulista, para participar do “cervejaço contra a caretice”, que João ajudou a mobilizar pelas redes sociais, com uma forcinha do repórter que assina este texto. A ideia, na verdade, surgiu de um grupo de boêmios, integrantes de uma confraria sediada no Restaurante Mattos, também conhecido como “Mínimo” por dividir a calçada com o renomado restaurante Massimo. Reunidos em plena segunda-feira, os confreiros deliberaram que era preciso reagir ao que consideraram uma ameaça à boêmia.

João do Violão foi acionado por telefone. Não apenas confirmou presença, como passou a divulgar o protesto para amigos pela internet. No auge do cervejaço, às dez da noite, as calçadas da Alameda Santos, assim como duas faixas da avenida, já estavam tomadas pelos manifestantes, a erguer brindes sucessivos em meio à roda de samba. “É preciso aproveitar enquanto é tempo. Se a lei for aprovada, vai acabar essa festa na rua”, justificou-se o advogado Fernando Afonso, 28 anos, de roupa social e gravata com desenho de cerveja. Pouco depois, lá estaria o engravatado a puxar outro brinde. À distância, uma emissora de tevê registrava a cena.

“Esse projeto é absolutamente retrógrado. Vai ameaçar as festas de rua, os blocos de carnaval, as rodas de samba na calçada. E para quê? Fazer média com o eleitorado conservador”, ataca João do Violão, sem meias palavras. O compositor, por sinal, está habituado a encarar o discurso reacionário. Quando a música Eu bebo sim emplacou na voz de Eliseth Cardoso, em meados da década de 70, Flávio Cavalcanti, que apresentava um programa na extinta TV Tupi, quebrou o disco de vinil diante das câmeras e disse que o samba era uma porcaria, a começar pela letra que  fazia apologia ao álcool. “O programa dele tinha muita audiência. Apesar da crítica, no dia seguinte, todas as rádios estavam tocando a música. Devo meu sucesso a ele”, diz, debochado. “Sempre vieram com esse papinho de que o álcool é isso, a bebida aquilo, mas eu tenho o direito de levar a minha vida como bem entender. E uma cervejinha não faz mal a ninguém. Muito pelo contrário. Ninguém aqui está defendendo motorista que dirige embriagado nem estimulando o alcoolismo. Só quer ter o direito de se divertir onde quiser. Que mal há nisso?”

Para os manifestantes, não há mal algum. “Eu bebo sim, e isso não deveria ser da sua conta”, dizia o cartaz empunhado por um ciclista. “Beber escondidinho não tem graça”, dizia outra peça, hasteada por uma esbelta jovem. Ao som dos batuques, mesmo quem estava só de passagem acabou entoando o hino que marcaria aquela noite: “Eu bebo sim. E estou vivendo. Tem gente que não bebe e está morrendo, eu bebo sim”. E bebiam, para o deleite de Hernandes Matos, o dono do Mínimo, que experimentou faturamento recorde. “Vendemos 30 caixas de cerveja. Tivemos até de pegar mais quatro emprestadas de um bar vizinho. E foi pouco, viu. Às dez e meia, já tinha secado tudo. Se tivesse 50 caixas, venderíamos todas elas, tenho certeza”.

O protesto avançou pela madrugada, a despeito da carestia de cerveja nos bares vizinhos. Alguns manifestantes trataram de garantir em supermercados um isopor com algumas bebidas para alongar a festa até 3 da manhã. Nenhuma briga, nenhum desentendimento. O cervejaço não redundou em baderna. Nem deveria. “O povo só quer se divertir”, diz João do Violão. Confira, abaixo, uma breve entrevista com o compositor:

 CartaCapital: Como o senhor avalia esse projeto de lei?

João do Violão: Sou contra. Arrepia-me a lembrança dos anos de chumbo, as leis autoritárias, fantasiadas de “democráticas”, sem pré consulta, do tipo “goela-abaixo”. Há tempos venho notando uma avalanche de leis serem aprovadas, sem a contrapartida dos benefícios reais para a sociedade como um todo.

A impressão que se tem é que alguns legisladores perderam a capacidade de reflexão e profundidade, optando pelo aparentemente simples, porém ultrapassado e nocivo método da proibição. Proibir, proibir, proibir. Caso a lei seja aprovada, o que ainda não creio, sinceramente acho difícil arriscar algum prognóstico em relação ao carnaval. Não dá nem pra imaginar como será desfilar no “Caretice da Vila Madalena”, “Abstêmios da Vila Maria”, “Gado Folião”, “Lei Seca”, “Tolerância Zero”, “São Paulo Não Pode Parar”, “Contas a Pagar” e outros mais… E o que é pior: movido somente a gás carbono.

Nesse quadro apocalíptico, um importante estado da nossa federação amanhecerá sem o seu Rei Momo, deserto e triste como a lei mandou. Expulso do nosso estado, São Paulo não mais ouvirá o rufar do tambor do Zé Pereira, pois não haverá mais ninguém pra cantar “ô abre alas que eu quero passar”. A caretice, deitada em seu esquife, poderá finalmente sorrir, agradecida. Acabou o nosso carnaval. O poeta Vinicius de Moraes profetizava que São Paulo seria o túmulo do samba. Só agora a minha ficha caiu…

CC: O deputado alega que a lei visa reduzir o consumo de álcool, tendo em vista os problemas de saúde decorrentes do consumo excessivo de bebidas alcoólicas, e evitar o “mau exemplo” às crianças e adolescentes.



JV:
O projeto de lei não conseguirá atingir o seu objetivo, ou seja, não influirá numa possível redução dos excessos provocados pelo seu uso indevido. O consumo não diminuirá, apesar da restrição e do confinamento. A História, ao abrir as suas páginas, nos chancela: consumida desde a mais remota antiguidade, a humanidade conseguiria transpor tantos e tantos séculos sem a sua agradável companhia? Onde a fraternidade, a comunhão, a descontração e a alegria de um povo – homens, mulheres, jovens, adultos, velhos e crianças – como nos mostra o videoclipe ao lado da comemoração da colheita da uva em Coimbra, Portugal? Tudo muito natural… Quanto ao futuro, as crianças e os adolescentes são os que mais sofremcom o conservadorismo hipócrita da nossa sociedade. Esse é o mau exemplo, sem aspas. Essa é a raiz de todo o mal.

CC: O deputado não levou em conta esse aspecto…

JV: Sim, e eu gostaria de formular algumas perguntas aos legisladores (passando ao largo do verbo filosofar, hoje em dia “proibido”): 1) Por que a segunda-feira se tornou triste e melancólica e, à medida que os dias da semana correm, a população se transforma, tornando-se mais alegre e festiva? 2) Por que as pessoas vibram de felicidade quando finalmente chega a sexta-feira? Quanto aos feriados, então, nem se fala! 3) Por que no domingo à noite uma densa e tenebrosa nuvem as asfixiam, perturbando o espírito, trazendo a insônia e o caos? Algo errado, não acham?

CC: O senhor pretende participar de outros protestos contra esse projeto de lei?

JV: Parafraseando um anônimo: “Nunca fiz amizade com ninguém bebendo leite”. Tô dentro.

João do Violão é figura conhecida na noite paulistana. Muitos brasileiros não sabem, mas o conhecem há tempos. Trazem na ponta da língua uma de suas canções mais famosas, um verdadeiro hino da boemia. Composta em 1973, a música Eu bebo sim (e estou vivendo…) continua a embalar blocos carnavalescos e rodas de samba até hoje. Do Oiapoque ao Chuí, como costuma-se dizer dos sucessos que vencem os regionalismos e entram para o cancioneiro nacional. Foi escrita em parceria com Luis Antonio, autor, entre outros, dos sambas Sassaricando, Lata D’Água na Cabeça e Barracão de Zinco. Nos últimos tempos, aliás, a canção Eu bebo sim acabou até mesmo convertida em fado, na curiosa interpretação do grupo folclórico Ús Sai de Gatas, da província de Coimbra, em Portugal.

Apesar do nome que o consagrou, o compositor não arranha um violão há mais de 20 anos. “O senso crítico me obrigou a reconhecer que sou um violonista medíocre”, diz, interrompendo a fala com um breve gole de cerveja. “Meu negócio é compor música, não toco mais nenhum instrumento.” E também organizar passeios culturais para todo o canto onde o samba de raiz ainda se manifesta. Presença requisitada nas melhores rodas de samba da capital paulista, João abriu espaço em sua agenda para uma atividade um tantinho diferente de sua lide: o ativismo político.

Na última sexta-feira, 9 de março, ora convertido em “Dia do Eu bebo sim” por seus amigos e seguidores, empenhou-se para “desorganizar” um protesto contra o projeto de lei do deputado estadual Campos Machado, líder do PTB na Assembleia Legislativa de São Paulo, que pretende proibir o consumo de bebidas alcoólicas em qualquer espaço público do estado. Caso a lei seja aprovada, a cervejinha pós-expediente ficaria restrita aos encontros domésticos e bares fechados. Nada de desfilar por aí em parques, ruas, calçadas ou praias com uma loura gelada. Ao menos não sem lhe vestir uma burka, saco plástico ou congênere.

Ao menos 300 manifestantes compareceram na esquina da Alameda Santos com a Ministro Rocha Azevedo, na região da Paulista, para participar do “cervejaço contra a caretice”, que João ajudou a mobilizar pelas redes sociais, com uma forcinha do repórter que assina este texto. A ideia, na verdade, surgiu de um grupo de boêmios, integrantes de uma confraria sediada no Restaurante Mattos, também conhecido como “Mínimo” por dividir a calçada com o renomado restaurante Massimo. Reunidos em plena segunda-feira, os confreiros deliberaram que era preciso reagir ao que consideraram uma ameaça à boêmia.

João do Violão foi acionado por telefone. Não apenas confirmou presença, como passou a divulgar o protesto para amigos pela internet. No auge do cervejaço, às dez da noite, as calçadas da Alameda Santos, assim como duas faixas da avenida, já estavam tomadas pelos manifestantes, a erguer brindes sucessivos em meio à roda de samba. “É preciso aproveitar enquanto é tempo. Se a lei for aprovada, vai acabar essa festa na rua”, justificou-se o advogado Fernando Afonso, 28 anos, de roupa social e gravata com desenho de cerveja. Pouco depois, lá estaria o engravatado a puxar outro brinde. À distância, uma emissora de tevê registrava a cena.

“Esse projeto é absolutamente retrógrado. Vai ameaçar as festas de rua, os blocos de carnaval, as rodas de samba na calçada. E para quê? Fazer média com o eleitorado conservador”, ataca João do Violão, sem meias palavras. O compositor, por sinal, está habituado a encarar o discurso reacionário. Quando a música Eu bebo sim emplacou na voz de Eliseth Cardoso, em meados da década de 70, Flávio Cavalcanti, que apresentava um programa na extinta TV Tupi, quebrou o disco de vinil diante das câmeras e disse que o samba era uma porcaria, a começar pela letra que  fazia apologia ao álcool. “O programa dele tinha muita audiência. Apesar da crítica, no dia seguinte, todas as rádios estavam tocando a música. Devo meu sucesso a ele”, diz, debochado. “Sempre vieram com esse papinho de que o álcool é isso, a bebida aquilo, mas eu tenho o direito de levar a minha vida como bem entender. E uma cervejinha não faz mal a ninguém. Muito pelo contrário. Ninguém aqui está defendendo motorista que dirige embriagado nem estimulando o alcoolismo. Só quer ter o direito de se divertir onde quiser. Que mal há nisso?”

Para os manifestantes, não há mal algum. “Eu bebo sim, e isso não deveria ser da sua conta”, dizia o cartaz empunhado por um ciclista. “Beber escondidinho não tem graça”, dizia outra peça, hasteada por uma esbelta jovem. Ao som dos batuques, mesmo quem estava só de passagem acabou entoando o hino que marcaria aquela noite: “Eu bebo sim. E estou vivendo. Tem gente que não bebe e está morrendo, eu bebo sim”. E bebiam, para o deleite de Hernandes Matos, o dono do Mínimo, que experimentou faturamento recorde. “Vendemos 30 caixas de cerveja. Tivemos até de pegar mais quatro emprestadas de um bar vizinho. E foi pouco, viu. Às dez e meia, já tinha secado tudo. Se tivesse 50 caixas, venderíamos todas elas, tenho certeza”.

O protesto avançou pela madrugada, a despeito da carestia de cerveja nos bares vizinhos. Alguns manifestantes trataram de garantir em supermercados um isopor com algumas bebidas para alongar a festa até 3 da manhã. Nenhuma briga, nenhum desentendimento. O cervejaço não redundou em baderna. Nem deveria. “O povo só quer se divertir”, diz João do Violão. Confira, abaixo, uma breve entrevista com o compositor:

 CartaCapital: Como o senhor avalia esse projeto de lei?

João do Violão: Sou contra. Arrepia-me a lembrança dos anos de chumbo, as leis autoritárias, fantasiadas de “democráticas”, sem pré consulta, do tipo “goela-abaixo”. Há tempos venho notando uma avalanche de leis serem aprovadas, sem a contrapartida dos benefícios reais para a sociedade como um todo.

A impressão que se tem é que alguns legisladores perderam a capacidade de reflexão e profundidade, optando pelo aparentemente simples, porém ultrapassado e nocivo método da proibição. Proibir, proibir, proibir. Caso a lei seja aprovada, o que ainda não creio, sinceramente acho difícil arriscar algum prognóstico em relação ao carnaval. Não dá nem pra imaginar como será desfilar no “Caretice da Vila Madalena”, “Abstêmios da Vila Maria”, “Gado Folião”, “Lei Seca”, “Tolerância Zero”, “São Paulo Não Pode Parar”, “Contas a Pagar” e outros mais… E o que é pior: movido somente a gás carbono.

Nesse quadro apocalíptico, um importante estado da nossa federação amanhecerá sem o seu Rei Momo, deserto e triste como a lei mandou. Expulso do nosso estado, São Paulo não mais ouvirá o rufar do tambor do Zé Pereira, pois não haverá mais ninguém pra cantar “ô abre alas que eu quero passar”. A caretice, deitada em seu esquife, poderá finalmente sorrir, agradecida. Acabou o nosso carnaval. O poeta Vinicius de Moraes profetizava que São Paulo seria o túmulo do samba. Só agora a minha ficha caiu…

CC: O deputado alega que a lei visa reduzir o consumo de álcool, tendo em vista os problemas de saúde decorrentes do consumo excessivo de bebidas alcoólicas, e evitar o “mau exemplo” às crianças e adolescentes.



JV:
O projeto de lei não conseguirá atingir o seu objetivo, ou seja, não influirá numa possível redução dos excessos provocados pelo seu uso indevido. O consumo não diminuirá, apesar da restrição e do confinamento. A História, ao abrir as suas páginas, nos chancela: consumida desde a mais remota antiguidade, a humanidade conseguiria transpor tantos e tantos séculos sem a sua agradável companhia? Onde a fraternidade, a comunhão, a descontração e a alegria de um povo – homens, mulheres, jovens, adultos, velhos e crianças – como nos mostra o videoclipe ao lado da comemoração da colheita da uva em Coimbra, Portugal? Tudo muito natural… Quanto ao futuro, as crianças e os adolescentes são os que mais sofremcom o conservadorismo hipócrita da nossa sociedade. Esse é o mau exemplo, sem aspas. Essa é a raiz de todo o mal.

CC: O deputado não levou em conta esse aspecto…

JV: Sim, e eu gostaria de formular algumas perguntas aos legisladores (passando ao largo do verbo filosofar, hoje em dia “proibido”): 1) Por que a segunda-feira se tornou triste e melancólica e, à medida que os dias da semana correm, a população se transforma, tornando-se mais alegre e festiva? 2) Por que as pessoas vibram de felicidade quando finalmente chega a sexta-feira? Quanto aos feriados, então, nem se fala! 3) Por que no domingo à noite uma densa e tenebrosa nuvem as asfixiam, perturbando o espírito, trazendo a insônia e o caos? Algo errado, não acham?

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