Sociedade
João de Deus é procurado e pode ser preso a qualquer momento
Médium já é considerado foragido pelo MP e deve entrar em lista da Interpol


O delegado-geral da Polícia Civil de Goiás, André Fernandes, afirmou que a corporação segue negociando com a defesa a apresentação de João de Deus. O médium teve a prisão decretada na sexta após mais de 300 relatos de abuso sexual. Ele nega as acusações.
O prazo no mandado de prisão para que ele se entregue prevê a negociação com a defesa para o cumprimento da ordem. A defesa alegou ao longo do dia que o médium iria se entregar, o que não ocorreu. O Ministério Público já o considera foragido, e seu nome devem entrar em lista da Interpol.
Equipes seguem procurando pelo médium independentemente das negociações. “Apesar disso, temos equipes procurando. Tem equipe aí que está bem distante, viu?”. Questionado se a apresentação poderia acontecer antes das 20h, ele disse que não.
Mais cedo, o advogado afirmou que o João de Deus irá se entregar. Até a noite de sexta-feira (14), os policiais já tinham feito busca em mais de 20 endereços, mas não conseguiram encontrá-lo.
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A força-tarefa do Ministério Público divulgou que já recebeu 335 mensagens e contatos por telefones de mulheres que denunciam o médium por abuso sexual. Os relatos chegaram de pessoas de seis países diferentes, além de 13 estados do Brasil e o Distrito Federal.
Na manhã de quarta-feira, João de Deus compareceu à Casa Dom Inácio de Loyola, onde realiza os trabalhos espirituais, pela primeira vez desde as denúncias. Durante os poucos minutos que ficou no local, ele disse que era inocente e que confiava na Justiça de Deus e dos homens.
O caso
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Nos últimos dias relatos de dezenas de mulheres que se sentiram abusadas sexualmente pelo médium.
O MP e a Polícia Civil investigam a suspeita de crimes sexuais desde segunda-feira (10), depois que o programa Conversa com Bial divulgou o relato de 10 mulheres que disseram ter sido abusadas sexualmente pelo médium.
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