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Ipespe: 48% dos brasileiros vê com maus olhos a posição de Bolsonaro no conflito entre Ucrânia e Rússia

A maioria considera ainda que a Ucrânia ‘tem mais razão’ na disputa travada com a Rússia

Bolsonaro não cedeu aos apelos de Blinken e do governo Biden. Após seguir os protocolos sanitários que se recusa a cumprir no Brasil, o ex-capitão apertou a mão de Putin – Imagem: Freddie Everett/Departamento de Estado dos EUA e Alan Santos/PR
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A mais recente pesquisa do instituto Ipespe, divulgada nesta sexta-feira 11, mostra que a maioria dos brasileiros vê com maus olhos a postura de Jair Bolsonaro (PL) frente à invasão russa da Ucrânia. Ao todo, 48% dos entrevistados dizem que o presidente não agiu corretamente neste episódio, sendo 33% que o considera ‘totalmente errado’ e 15% ‘parcialmente errado’.

O grupo que avalia a ação do ex-capitão como correta em algum nível soma 42%, sendo 25% indicando alinhamento total com a postura adotada por Bolsonaro e 17% uma aprovação apenas parcial.

O instituto questionou ainda qual seria a posição mais adequada para o Brasil diante do conflito. Neste quesito, 62% dos brasileiros disseram que o país deve se manter neutro e não apoiar nenhum dos dois lados. Outros 29% acham que o Brasil deveria se aliar à Ucrânia. E 2% disseram que o melhor seria apoiar a Rússia.

Bolsonaro tem evitado se posicionar energicamente sobre o conflito. Poucos dias antes do início da operação, ele esteve na Rússia com Vladimir Putin e, diante da tensão, se disse vagamente solidário ao país. Na ocasião, aliados chegaram a afirmar que ele seria o responsável pela paz mundial e merecia uma indicação ao Nobel. Publicamente, ele celebrou sua atuação dizendo que, por ‘coincidência ou não’, Putin havia recuado.

Dias depois, no entanto, a guerra de fato aconteceu – e Bolsonaro tem sido cobrado a se posicionar. Alegando manter acordos comerciais com os dois países, ele tem dito que sua posição é ‘de equilíbrio’ ou ‘neutralidade’. As ações, em muitas dessas ocasiões, tem sido interpretadas como sinais de omissão e até mesmo de um alinhamento velado do ex-capitão a Putin.

O Itamaraty, no entanto, tem posicionado o Brasil mais próximo à Ucrânia. Na ONU, o País foi o único entre os Brics a votar favoravelmente ao documento que condenava as ações militares russas. O Brasil, no entanto, não participou das sanções à Rússia, nem se envolveu diretamente nos pacotes de ajuda militar ou financeira enviados para a Ucrânia.

Quem tem mais razão no conflito?

A pergunta foi feita pelo instituto Ipespe aos entrevistados. Ao todo, 56% dos brasileiros disseram que a Ucrânia teria mais razão nas suas reivindicações no conflito. A Rússia recebeu o apoio de 8% da população. A opção ‘nenhum dos dois países’ foi marcada por 17%.

A sondagem também monitorou a avaliação dos brasileiros sobre a chance de uma guerra mundial. Neste caso, 65% dos brasileiros disseram que há alguma chance de outros países participarem diretamente da guerra. 33% veem a possibilidade como muito alta e 32% uma chance mais moderada.

A pesquisa Ipespe entrevistou mil pessoas, por telefone, em todo o Brasil. A margem de erro é de 3,2 pontos percentuais e o índice de confiança de 95,5%. As entrevistas foram realizadas entre os dias 7 e 9 de novembro.

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