Sociedade

Invasores ateiam fogo em comunidade Pataxó no Sul da Bahia

Área reivindicada pelos Pataxó Patxohã foi atacada três vezes somente neste ano; o sul da Bahia concentra terras em permanente disputa com latifundiários e empresários

Invasores ateiam fogo em comunidade Pataxó no Sul da Bahia
Invasores ateiam fogo em comunidade Pataxó no Sul da Bahia
Casas são incendiadas na comunidade Pataxó Patxohã. Foto: reprodução
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Invasores encapuzados e armados atacaram a comunidade Pataxó Patxohã, em Santa Cruz Cabrália, Bahia, na noite desta quarta-feira, 27. Segundo a Articulação dos Povos Indígenas do Brasil (Apib), os agressores incendiaram duas casas, incluindo as residências do cacique e do vice-cacique.

Este é o terceiro ataque registrado na comunidade em 2024. O local abriga cerca de 65 famílias, totalizando aproximadamente 300 pessoas. Conhecida como Terra Indígena Coroa Vermelha ou Aldeia da Pinga, a área é alvo de um conflito fundiário que se arrasta desde 1993. Trata-se de terras devolutas reconhecidas pela Justiça, mas disputadas entre indígenas e antigos latifundiários, complicadas ainda mais pela sobreposição com uma área de proteção ambiental.

Em julho, o Tribunal de Justiça da Bahia suspendeu uma ação de reintegração de posse referente a 35 hectares do território. Oficialmente, a área está registrada em nome do empresário Orlando Ramos Bonfim Júnior, mas é reivindicada pelos indígenas.

O clima de tensão escalou em setembro, quando Tauã Passos, filho da vereadora indígena Indiara Ferreira Passos (PP), foi assassinado a tiros por um pistoleiro enquanto estava na comunidade. O crime levou os indígenas a tentarem bloquear a BR-367 em protesto, mas foram reprimidos pela Polícia Militar. A Polícia Civil ainda investiga o caso.

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