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Intoxicação por metanol: Operação da PF fiscaliza 24 empresas do setor sucroalcooleiro

Entre os alvos estão importadores, terminais marítimos, empresas químicas, destilarias e usinas

Intoxicação por metanol: Operação da PF fiscaliza 24 empresas do setor sucroalcooleiro
Intoxicação por metanol: Operação da PF fiscaliza 24 empresas do setor sucroalcooleiro
Operação da PF fiscaliza 24 empresas atuantes no setor sucroalcooleiro. Créditos: Divulgação PF
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A Polícia Federal deflagrou, nesta quinta-feira 16, a Operação Alquimia, para fiscalizar 24 empresas ligadas ao setor sucroalcooleiro suspeitas de integrar uma rede de adulteração com metanol.

Os alvos incluem fábricas clandestinas e usinas ilegais que estariam desviando o produto químico para a produção irregular de bebidas alcoólicas. Os agentes buscam coletar e analisar amostras dos materiais produzidos nessas unidades, verificando a regularidade de suas composições químicas e rastreando eventuais ligações com casos recentes de intoxicação.

Os agentes têm como objetivo coletar e analisar amostras dos produtos fabricados nessas unidades e atestar a regularidade de suas composições químicas. As análises, segundo a PF, servirão de subsídio para as investigações em curso. Ela é um desdobramento de outras duas operações – Boyle e Carbono Oculto – que revelaram um esquema de adulteração de combustíveis com metanol.

Entre os alvos da fiscalização estão importadores, terminais marítimos, empresas químicas, destilarias e usinas. As empresas foram escolhidas com base no potencial de envolvimento na cadeia do metanol, desde a importação da substância até sua possível destinação irregular.

As ações miram cidades do estado de São Paulo, Paraná, Mato Grosso do Sul e Santa Catarina. Da lista, com base em dados do Ministério da Saúde, apenas o estado de Santa Catarina não concentra casos de intoxicação por metanol em investigação, ou óbitos.

De acordo com a última atualização do Ministério da Saúde, o País concentra 41 casos confirmados de intoxicação por metanol e oito óbitos, seis no estado de São Paulo e dois em Pernambuco. Outros 107 casos seguem em investigação; 469 casos foram descartados.

Como o esquema operava

A Receita Federal detalhou como cada empresa investigada supostamente contribuiria contribuir no esquema ilegal de adulteração do metanol, com base nas investigações em curso.

Os importadores seriam os responsáveis pela entrada do metanol no país, utilizando-o em seus processos produtivos e revendendo o produto para empresas químicas.

Nos terminais marítimos, empresas movimentariam volumes expressivos de metanol, que permanecem nesses locais até serem encaminhados às unidades fabris ou aos clientes finais. Quando há vendas a terceiros, os produtos seriam despachados diretamente dos terminais ao destino.

As empresas químicas adquiririam o metanol de importadores para uso industrial ou para revenda a outras indústrias. Segundo a Receita, há indícios consistentes que algumas delas desviariam parte do produto, retirando-o indevidamente da sua cadeia regular de produção.

Já as destilarias investigadas teriam adquirido metanol por meio de empresas conhecidas como “noteiras”, que indicariam caminhões e motoristas que nunca chegariam aos destinos informados.

As usinas produtoras e distribuidoras de etanol anidro e hidratado também estão sendo verificadas por atuarem em pontos estratégicos da cadeia, fundamentais para rastrear eventuais lotes adulterados ou irregularidades na destinação do produto.

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