Sociedade
Influenciadoras brasileiras se desculpam após propaganda de empresa russa investigada por tráfico humano
Repercussão no Brasil cresceu após denúncias de outro influenciador; empresa está na mira da Interpol


Influenciadoras brasileiras foram às redes sociais para se desculpar após a repercussão de propagandas de um programa de recrutamento que, segundo investigações internacionais, estaria ligado a suspeitas de tráfico humano.
Ao menos oito delas chegaram a anunciar o chamado “Start Program”, que oferecia vagas para mulheres de 18 a 22 anos com salários iniciais entre 540 e 680 dólares (cerca de 2,8 mil a 3,6 mil reais), além de benefícios como moradia, plano de saúde e passagens aéreas custeadas pela empresa. A promessa, porém, escondia riscos graves: o programa seria vinculado à Alabuga Start, empresa instalada no Tartaristão, na Rússia, atualmente investigada pela Interpol por suspeita de aliciar jovens para trabalho forçado.
Relatórios de pesquisa de grupos como o Instituto de Ciência e Segurança Internacional (ISIS) alegaram que as jovens acabam trabalhando em uma fábrica de drones regularmente bombardeada pela Ucrânia, e que seriam submetidas a condições precárias de trabalho. A agência Bloomberg chegou a reportar, meses atrás, que a empresa estaria utilizando da mesma tática de recrutamento com jovens entre 18 e 22 anos da África, América Latina e Sudeste Asiático.
No Brasil, o caso ganhou repercussão no Brasil após publicações de outro influenciador, Guga Figueiredo, cujo conteúdo é marcado por críticas a mulheres do setor fitness e figuras da internet.
Algumas influenciadoras se posicionaram após o caso, como MC Thammy, Zabeta Macarini, Aila Loures e Catherine Bascoy. Todas reforçaram que suas equipes haviam solicitado documentos antes de aceitar os contratos, mas admitiram ter suspendido imediatamente as campanhas após conhecerem os indícios de crime.
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