Sociedade
Índios no Acre se dizem abandonados
Presidente de federação indígena reclama de negligencia do governo quanto à saúde indígena e relata apoio estadual às madeireiras
O Acre possui 34 terras indígenas, sendo que 21 estão em processo de demarcação desde 1999. Entre as terras indígenas em processo de demarcação estão as terras vizinhas do Guajará e do Guanabara. Ambas foram destinadas, em um termo assinado pelo governo estadual, ao manejo florestal, segundo o líder indígena Ninawa Huni kui, presidente da Fephac (Federação do Povo Huni kui do Acre). “Não se pode mexer em terra indígena que está em processo de demarcação”, explica Ninawa. “Essa insegurança jurídica é muito ruim para os índios, que sofrem com invasões, compras de terras e ameaças de morte”, completa.
Outro aspecto do abandono sofrido pelos índios do Acre está no atendimento médico, que só piorou de 2010 para cá, segundo Ninawa. “Entre dezembro de 2011 e março deste ano, 22 crianças morreram com sintomas de virose, apenas no município de Santa Rosa do Purus”, diz. Segundo ele, nos arredores do município de Feijó, mais de 300 índios esperam às margens do Rio Envira à procura de um barco de assistência da Secretaria Especial de Saúde Indígena (Sesai), ligada ao Ministério da Saúde.
Ao contrário dos barcos de saúde, o fluxo de caminhões madeireiros é bastante intenso na região. “No final da tarde passam entre 10 e 15 carretas carregadas de madeira”, diz o líder indígena. Quando perguntado sobre a questão do manejo florestal sustentável na região, Ninawa é enfático: “sustentabilidade para o povo da floresta não existe. Eles derrubam e depois replantam outra árvore que vai demorar 30, 40 anos para crescer e voltar a dar alimento para os animais”. “Existem outras formas de tirar sustento da natureza sem agredi-la”, defende.
O Acre possui 34 terras indígenas, sendo que 21 estão em processo de demarcação desde 1999. Entre as terras indígenas em processo de demarcação estão as terras vizinhas do Guajará e do Guanabara. Ambas foram destinadas, em um termo assinado pelo governo estadual, ao manejo florestal, segundo o líder indígena Ninawa Huni kui, presidente da Fephac (Federação do Povo Huni kui do Acre). “Não se pode mexer em terra indígena que está em processo de demarcação”, explica Ninawa. “Essa insegurança jurídica é muito ruim para os índios, que sofrem com invasões, compras de terras e ameaças de morte”, completa.
Outro aspecto do abandono sofrido pelos índios do Acre está no atendimento médico, que só piorou de 2010 para cá, segundo Ninawa. “Entre dezembro de 2011 e março deste ano, 22 crianças morreram com sintomas de virose, apenas no município de Santa Rosa do Purus”, diz. Segundo ele, nos arredores do município de Feijó, mais de 300 índios esperam às margens do Rio Envira à procura de um barco de assistência da Secretaria Especial de Saúde Indígena (Sesai), ligada ao Ministério da Saúde.
Ao contrário dos barcos de saúde, o fluxo de caminhões madeireiros é bastante intenso na região. “No final da tarde passam entre 10 e 15 carretas carregadas de madeira”, diz o líder indígena. Quando perguntado sobre a questão do manejo florestal sustentável na região, Ninawa é enfático: “sustentabilidade para o povo da floresta não existe. Eles derrubam e depois replantam outra árvore que vai demorar 30, 40 anos para crescer e voltar a dar alimento para os animais”. “Existem outras formas de tirar sustento da natureza sem agredi-la”, defende.
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