IBGE: 1 a cada 4 mulheres brasileiras não estudava e nem tinha trabalho formal em 2023

Ao todo, 9,6 milhões de brasileiros entre 15 e 29 anos não estudavam nem trabalhavam em 2023

Foto: UN Women Asia and the Pacific/Flickr

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Mulheres e pessoas pretas ou pardas compõem a maioria do grupo de jovens brasileiros de 15 a 29 anos de idade que não estudam e não trabalham. 

É o que mostram os dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (PNAD), divulgada nesta sexta-feira 22, pelo IBGE.

Ao todo, 9,6 milhões de brasileiros entre 15 e 29 anos não estudavam nem trabalhavam em 2023.

O que significa, em média, 19,8% dos brasileiros nesse cenário. Entre os homens, a proporção era de 14,2%, enquanto para as mulheres salta para 25,6%

Ao considerarmos o recorte racial, entre os brasileiros pretos ou pardos, é de 22,4%, enquanto entre as pessoas brancas, a fatia é de 15,8%.

Por faixa etária, os mais atingidos são os jovens de 18 e 24 anos, 24% deles não estudam e nem trabalham. Em seguida, os brasileiros de 25 a 29 anos (22,3%) e por fim os jovens entre 15 e 17 anos (5,1%). 


 

Escolarização

Entre o grupo mais afetado, a taxa de escolarização dos jovens de 18 a 24 anos foi de 30,5%. Levando em conta, a idade-série recomendada pelo Plano Nacional de Educação, os brasileiros a partir dos 18 anos já teriam concluído o Ensino Médio

  • 65,2%, a maioria, não frequentava nenhuma instituição de ensino;
  • 21,6% frequentavam cursos da educação superior;
  • 8,9% estavam na educação básica;
  • 4,3% com o ensino superior completo. 

No entanto, segundo o levantamento, pelo menos 9 milhões de jovens brasileiros de 14 a 29 anos não completaram o Ensino Médio. A taxa de desistência é maior entre pessoas pretas e pardas, onde 71,6% estão com ensino incompleto, e 58,1% entre os homens.

As mulheres somam 41,9% e os brancos, 27,4%.

A maioria, 41,7% dos jovens entre 14 e 29 anos abandonaram a escola pela necessidade de trabalhar. Para as mulheres, a gravidez vem como o segundo motivo para interromper os estudos, com 23,1%. 

“O grande marco da mudança foi a idade de 15 anos que, em geral, é a idade de entrada no ensino médio. Nessa idade, o percentual de jovens que abandonaram a escola (12,6%) quase duplicou frente aos 14 anos de idade (6,6%)”, destaca Adriana Beringuy, coordenadora de pesquisas domiciliares do IBGE.

O trabalho também foi elencado como motivo entre os jovens que conseguiram concluir o ensino médio completo, mas que tem o superior incompleto. Apenas 15,4% já tinham concluído o nível de estudo desejado. Por raça, 70,6% dos jovens que deixaram os estudos sem concluir o ensino superior são pretos e pardos.

Neste grupo, a pesquisa elenca o seguinte cenário:

  • 47,2% não estudavam no ano passado porque precisavam trabalhar;
  • 11,3% não tinham interesse em ingressar em curso superior; 
  • 9,8% não tinham dinheiro para pagar as despesas;  
  • 6,9% tinham que realizar afazeres domésticos ou cuidar de pessoas; 
  • 4% alegaram outros motivos;
  • 2,9% não tinham escola na localidade, vaga, o curso de interesse ou o turno desejado e;
  • 2,5% decidiram estudar para concurso ou vestibular. 

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