Sociedade

Homem que sofreu racismo na Zara pede indenização de R$ 1 milhão

Luiz Fernandes Junior afirmou ter sentido medo durante a abordagem violenta dos policiais de shopping em Salvador

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Vítima de mais um caso de racismo que envolve a Zara, Luiz Fernandes Júnior, natural de Guiné Bissau, pretende pedir 1 milhão de reais de indenização após ter sido seguido por seguranças e abordado de forma violenta em um shopping em Salvador, na Bahia.

Ao portal UOL, ele disse que teve medo de morrer durante a interpelação. Na ocasião, após ter comprado uma mochila na loja, Luiz foi ao banheiro e percebeu que estava sendo acompanhado. 

“Eu ainda estava urinando quando ele me disse que eu tinha que voltar para a loja da Zara para devolver a mochila que eu roubei. Eu disse que não, que eu paguei e tinha como provar, mas ele não queria me ouvir. Nessa hora, eu senti como é difícil ser negro neste mundo”, afirmou.

A mochila que ele havia acabado de comprar foi arrancada pelos seguranças.

“Eu dizia que tinha como provar que paguei pela mochila, mas ele não queria saber. Disse que eu tinha roubado e foi ficando com o tom de voz cada vez mais agressivo. Senti que ele podia atirar em mim ali mesmo, dentro do banheiro, e depois justificar que eu tentei atacá-lo. Senti medo de morrer. Nem terminei o que eu estava fazendo, vesti minhas calças e sai para o corredor em busca de um lugar onde outras pessoas pudessem testemunhar o que estava acontecendo”, relatou. 

A discussão entre Luiz e o segurança foi registrada por câmeras de segurança do estabelecimento. 

Além da ação civil indenizatória, o caso foi registrado em uma delegacia da capital baiana que apurará possível ocorrência de crime de racismo. 

Para o advogado de Luiz, Thiago Thobias, a ação também deve determinar ações afirmativas educativas. 

“A Zara tem o racismo de forma reiterada em sua política interna, tendo inclusive um código chamado Zara Zerou para identificar clientes indesejados, geralmente negros. Vamos buscar uma indenização reparatória civilizatória para que isso não se repita”, diz Thobias.

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