Sociedade

Homem agride músico negro com cassetete em Curitiba; vítima denuncia ofensas racistas

Odivaldo Carlos da Silva, o Neno, afirmou ter ferimentos no rosto, uma fratura no maxilar um dente quebrado

Homem agride músico negro com cassetete em Curitiba; vítima denuncia ofensas racistas
Homem agride músico negro com cassetete em Curitiba; vítima denuncia ofensas racistas
Foto: Reprodução
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Um músico de 55 anos foi agredido por um homem com cassetete no centro de Curitiba, capital do Paraná. Odivaldo Carlos da Silva, conhecido como Neno, também foi mordido pelo cão do agressor e denuncia ter sido alvo de ofensas racistas.

Odivaldo, um homem negro, foi atacado na tarde da última terça-feira 22 na Rua Doutor Faivre. O episódio veio à tona na noite do sábado 26. Segundo o boletim de ocorrência registrado pela Polícia Militar, o agressor é Paulo Cezar Bezerra da Silva.

Um vídeo captado por uma câmera de segurança mostra o músico andando na calçada e a aproximação de Paulo Cezar com seu cachorro. Após uma abordagem, o agressor utilizou um cassetete para acertar o rosto, a nuca e as pernas da vítima, além de incentivar o animal a atacar Odivaldo.

No sábado, Neno relatou à RPC, afiliada da TV Globo no Paraná, ter sido chamado de “macaco” e “negro sujo” durante o ataque. Paulo Cezar também teria afirmado que “morador de rua tem que apanhar”.

O músico declarou ter ferimentos no rosto, uma fratura no maxilar um dente quebrado. Ele mostrou marcas de mordidas de cachorro nos braços e nas costas, levou cinco pontos e terá de se submeter a uma cirurgia.

“Estou assustado, tremendo. Preciso de uma resposta da Justiça para que isso não aconteça com outras pessoas”, disse Neno à emissora. “Nunca na minha vida tinha sofrido algo assim. Sou curitibano, viajo o mundo inteiro, nunca tinha acontecido isso comigo.”

Testemunhas acionaram a polícia e prestaram os primeiros socorros a Neno, encaminhado na sequência a um hospital. A PM informou ter conduzido Paulo Cezar ao cartório do 12º Batalhão, mas não respondeu quando questionada se ele foi preso.

O caso foi inicialmente registrado como lesão corporal, e a corporação não revelou se suspeita de injúria racial ou racismo.

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