Guru Tadashi Kadomoto, réu por estupro de vulnerável, se diz ‘assustado’ e inocente

Reportagem mostrou informações de denúncia do MP-SP: 'Começou com um toque, depois troca de e-mails, até que ele consumou'

Terapeuta Tadashi Kadomoto, réu por estupro de vulnerável (Foto: Reprodução/Instagram)

Apoie Siga-nos no

O terapeuta transpessoal Tadashi Kadomoto, famoso nas redes como “guru da meditação”, foi às redes sociais se dizer “inocente” e “surpreso” com a denúncia, concedida pelo Ministério Público de São Paulo e acatada pelo Tribunal de Justiça de São Paulo, do crime de estupro de vulnerável contra cinco mulheres. A informação é da TV Globo, que exibiu a reportagem na edição do Fantástico de domingo 11.

 

“Fiquei sabendo por uma jornalista que sou réu, acusado de atos muito graves e que eu não cometi. Fiquei muito assustado, sem entender, porque não fui procurado pela Justiça. Fiquei muito abalado pela reportagem. Quem me conhece sabe da minha conduta. Jamais cometi atos criminosos.”, diz o terapeuta no vídeo ao afirmar que, por ora, irá se afastar de suas atividades.

A nota da defesa do terapeuta ressaltou lives feitas durante a pandemia para “ajudar milhares de pessoas a atravessar esse período tão desafiador para todos nós” e afirmou que o cliente ” jamais recebeu solicitação de esclarecimento sobre qualquer fato e também não recebeu nenhuma denúncia formal até o momento”.

 


A denúncia

Segundo a denúncia, que foi impulsionada pelo depoimento de uma ex-aluna, Kadomoto se aproveitava da situação de vulnerabilidade das pacientes e estudantes de seu Instituto, que ministra cursos voltados ao autoconhecimento e à terapias alternativas, para passar a mão em seus corpos e constrangê-las.

A aluna que primeiro o denunciou ao MP-SP, diz a reportagem, procurou Tadashi para tratar-se de um distúrbio alimentar. Ao longo dos anos, porém, o trauma gerado pelo abuso agravou seu caso. Por esse motivo, o terapeuta também foi acusado de lesão corporal grave pelos danos psiquiátricos causados a ela.

“Começou com um toque, depois troca de e-mails, até que ele consumou, quando ela não tinha a menor capacidade de assumir resistência, o ato sexual, não respeitando sequer o fato de que a vítima estava grávida.”, disse a promotora Celeste Leite dos Santos à Rede Globo.

Com a reportagem, outras mulheres procuraram a emissora para contar seus relatos de abuso. “Ele deitou no meu colo e começou a acariciar a minha perna, a minha coxa. Eu achei aquilo muito estranho e congelei. E ele foi subindo a mão pela minha coxa. Quando ele chegou com a mão perto da minha virilha, tive um ímpeto e tirei a mão dele e saí de perto.”, diz uma vítima.

Também foram coletados e-mails de Tadashi Kadomoto “elogiando” as mulheres. Para elas, ele dizia que as “amava”.

 

Para proteger e incentivar discussões produtivas, os comentários são exclusivos para assinantes de CartaCapital.

Já é assinante? Faça login
ASSINE CARTACAPITAL Seja assinante! Aproveite conteúdos exclusivos e tenha acesso total ao site.
Os comentários não representam a opinião da revista. A responsabilidade é do autor da mensagem.

0 comentário

Um minuto, por favor…

O bolsonarismo perdeu a batalha das urnas, mas não está morto.

Diante de um país tão dividido e arrasado, é preciso centrar esforços em uma reconstrução.

Seu apoio, leitor, será ainda mais fundamental.

Se você valoriza o bom jornalismo, ajude CartaCapital a seguir lutando por um novo Brasil.

Assine a edição semanal da revista;

Ou contribua, com o quanto puder.