Sociedade
China e UE suspendem compra de frango do Brasil após 1º foco de gripe aviária em granja do País
O risco de infecção de humanos é baixo; doença não é transmitida pelo consumo de carnes ou de ovos


A China e a União Europeia (UE) suspenderam por 60 dias a importação de carne de frango do Brasil depois que o Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa) confirmou o primeiro foco do vírus da gripe aviária em uma granja comercial no País. O caso foi detectado em no município de Montenegro, no Rio Grande do Sul.
O risco de pessoas contraírem o vírus é baixo e, na maioria das vezes em que ocorre, atinge tratadores e profissionais que têm contato intenso com as aves infectadas. A doença não é transmitida pelo consumo de carne de frango e ovos. Assim, não há qualquer restrição ao consumo dos produtos, seja qual for a origem.
A suspensão das compras foi confirmada pelo Ministério da Agricultura. Em 2024, os chineses foram os principais importadores de frango do Brasil, com mais de 560 mil toneladas. A União Europeia importou mais de 230 mil toneladas, segundo a Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA).
O Mapa acionou também a Organização Mundial de Saúde Animal (OMSA) e os parceiros comerciais do Brasil. “O Serviço Veterinário brasileiro vem sendo treinado e equipado para o enfrentamento dessa doença desde a primeira década dos anos 2000”, garantiu o Ministério.
Após a identificação do foco, o Ministério da Agricultura acionou as medidas de contenção e erradicação previstas no plano nacional de contingência. Entre elas, o isolamento de pessoas expostas e a qualificação e treinamento de profissionais dos serviços de saúde.
Desde o início da circulação do vírus, o País realiza o monitoramento de aves silvestres e a vigilância da avicultura comercial e de subsistência. Além disso, técnicos dos serviços veterinários são treinados e recebem informações específicas sobre a doença.
Apesar de ser conhecida como gripe aviária, a doença, causada pelo vírus influenza A(H5N1), pode atingir também mamíferos. Já foram identificados surtos em animais silvestres em diferentes países, incluindo o Brasil. O vírus circula desde 2006, com maior ocorrência na Ásia, África e Europa.
O Ministério da Saúde reforça que, além da baixa taxa de infecção em humanos, o vírus não costuma ser transmitido de pessoa para pessoa.
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