Greve em São Paulo: Mesmo sem acordo, sindicatos comemoram mobilização dos trabalhadores

Enquanto os sindicatos comemoram a mobilização, o governo paulista classificou a greve como “abusiva e política"

Metroviários, ferroviários, professores e trabalhadores da Sabesp, em greve, fizeram um ato em frente a Assembleia Legislativa de São Paulo. Foto: Paulo Pinto/Agência Brasil

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A greve unificada dos trabalhadores dos serviços públicos de São Paulo desta terça-feira 28 deve finalizar sem acordo entre as categorias e o governo. Apesar disso, as entidades avaliam como positivo o movimento e a confirmam que a greve acaba no fim desta terça.

Uma das maiores vitórias da mobilização é a retirada da votação do projeto de lei de privatização da Sabesp que ocorreria nesta terça na Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo (Alesp). Tema começará a ser discutido na próxima segunda-feira 4.

“Nossa luta contra privatização da Sabesp, do Metrô e da CPTM continua. A luta contra os cortes de verba na educação continua. Parabéns para as categorias de luta, parabéns para todo mundo que apoiou essa mobilização. Essa unidade, essa combinação de forças, continua”, declarou Camila Lisboa, presidenta do Sindicato de Metroviários de São Paulo.

O presidente do Sindicato dos Trabalhadores em Água, Esgoto e Meio Ambiente do Estado de São Paulo (Sintraema), José Faggian, disse o grande salto da paralisação é conseguir estimular o debate com a população de São Paulo sobre o prejuízo da privatização não só da Sabesp, mas também do Metrô e da CPTM.

Faggian ressaltou que, embora a greve tenha também um caráter corporativo com a defesa dos empregos e interesses dos trabalhadores da Sabesp, a unificação vem para defender que a população de São Paulo tenha direito a serviços públicos de qualidade.

“E principalmente no nosso caso aqui da Sabesp, que tenha direito ao saneamento. E a Sabesp, enquanto empresa pública, presta um serviço de excelência, é lucrativa e tem seus serviços quase totalmente universalizados, operando em 375 municípios e atendendo a 70% da população”.


Sem possibilidade de diálogo com a gestão, os sindicalistas preveem continuidade de paralisações e outras medidas contra a privatização.

Outro lado

Enquanto os sindicatos comemoram a mobilização contra as privatizações, o governo paulista classificou a greve como “abusiva e política” ao deixar “mais de 4,6 milhões de passageiros sem acesso ao transporte sobre trilhos”, além de “provocar perdas de mais de R$ 60 milhões ao comércio”.

Segundo o governo, Metrô e CPTM devem registrar juntos perdas de R$ 10,8 milhões na arrecadação de tarifas.

Para a administração estadual, a greve está em desacordo com as normas constitucionais. “Ao invés de reivindicar pautas salariais ou trabalhistas, o principal protesto é contra os estudos da atual administração para ampliar desestatizações, concessões e parcerias público-privadas”, diz comunicado.

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