Sociedade

Governo e associações de PMs do Espírito Santo anunciam acordo para fim de motim

Pelo acordado, os policiais devem retornar ao trabalho na manhã deste sábado. Mulheres não participaram de negociação e prometem resistir

As Forças Armadas assumiram o patrulhamento das ruas na ausência da polícia
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O governo do Espírito Santo anunciou na noite desta sexta-feira 10 a assinatura de um acordo com as associações da Polícia Militar, para suspender o motim nos quartéis e retomar o patrulhamento no dia seguinte, a partir das 7h. Após o indiciamento de 703 policiais por crime de revolta, o governo capixaba comprometeu-se a não impor punições administrativas àqueles que retornarem ao trabalho no horário acordado. 

As mulheres dos policiais que têm acampado em frente aos batalhões, bloqueando a saída de viaturas, não participaram da negociação com o governo, e prometem resistir. Segundo o secretário estadual de Direitos Humanos, Júlio Cesar Pompeu, a responsabilidade pela segurança é dos policiais e não das esposas. “Peço que eles conversem com as esposas e retornem ao trabalho”, disse. “Conversamos com os nossos soldados e pedimos bom senso. São mais de 100 mortes”. 

Acordo Cópia do acordo anunciado pelo governoO governo capixaba não concedeu reajuste salarial. Comprometeu-se, porém, a promover policiais que têm direito à progressão na carreira por tempo de serviço e a renegociar os salários ao fim do quadrimestre, quando o estado tiver apurado suas receitas fiscais (receitas e despesas). As mulheres exigiam 20% de reajuste imediato e outros 23% escalonado. 

 

Segundo o secretário Direitos Humanos, os militares não sofrerão sanções administrativas, mas o indiciamento de 703 policiais pelo crime de revolta será julgado pela Justiça. Se condenados, a pena é de oito a 20 anos de detenção em presídio militar e a expulsão da corporação. Esses policiais tiveram o ponto cortado. 

A estratégia usada pelo movimento, de usar familiares para bloquear as entradas dos quartéis, foi copiado na sexta-feira em 27 batalhões da PM do Rio de Janeiro. Os protestos ocorreram devido ao atraso no pagamento de salários e às más condições de trabalho, mas não chegaram a interromper o patrulhamento. Em Minas Gerais, no Pará, na Paraíba e no Rio Grande do Norte, esboçam-se mobilizações semelhantes. 

Para evitar o efeito cascata, Michel Temer emitiu uma nota, nesta sexta 10, para condenar paralisação da PM do Espírito Santo, qualificada como ilegal. “O direito à reivindicação não pode tornar o povo brasileiro refém”, pontificou o peemedebista, após uma semana de silêncio sepulcral diante do caos, marcado por cenas de saques, assaltos e tiroteios nas ruas da Grande Vitória. Ao menos 120 homicídios foram registrados nesse ínterim. 

* Com informações da Agência Brasil e da Deutsche Welle.

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