Sociedade
Governo aumenta limite de compra de munição para quem tem arma de fogo registrada
A partir de agora, civis que tenham posse ou porte de armas podem ter acesso a mais munição, de acordo com o calibre do armamento
O governo federal aumentou o limite de compra de munição para quem tem arma de fogo registrada. A mudança foi publicada nesta quinta-feira 23 em uma nova portaria no Diário Oficial da União. Com as novas regras, civis que tenham posse (manter em casa) ou porte (carregar na rua) de arma de fogo, poderão comprar, por mês:
- até 300 unidades de munição esportiva calibre 22
- até 200 unidades de munição de caça e esportiva nos calibres 12, 16, 20, 24, 28, 32, 36 e 9.1mm;
- até 50 unidades das demais munições de calibre permitido
A portaria anterior, de janeiro de 2020, previa 200 unidades de munição por ano para pessoas físicas e não especificava os calibres.
Também há novas regras para autoridades como policiais, bombeiros e integrantes das Forças Armadas que poderão comprar, por mês:
- até 300 unidades de munição esportiva calibre 22
- até 200 unidades de munição de caça e esportiva nos calibres 12, 16, 20, 24, 28, 32, 36 e 9.1mm;
- até 100 unidades das demais munições de calibre permitido
- até 50 unidades de munições de calibre restrito
A regra anterior também previa 600 unidades por ano para as categorias e não especificava os calibres.
Até 2018, a regulamentação da compra de munição era feita pelo decreto 5.123, de 2004, que inclusive regulamentou o Estatuto do Desarmamento e previa que o limite de compra seria definido por portaria do Ministério da Defesa, ouvido o Ministério da Justiça. Ancorado na legislação, em 2006, o Exército Brasileiro editou a portaria normativa 1.811 que fixou em 50 a quantidade de munições que poderiam ser compradas.
Em maio de 2019, no entanto, o governo Bolsonaro editou o decreto 9.785. autorizando a compra de até mil munições para armas restritas e 5 mil para armas de uso permitido. O decreto faz parte de uma série de oito normas que tratam de armamento baixadas por Bolsonaro em 2019. Quatro estão válidos, os demais foram revogados.
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