Sociedade

Funcionária da loja Rosa Chá diz ter sido chamada de ‘escrava’ pelo chefe

Empresa afirma que gerente foi afastada após acusação de racismo

(Foto: Reprodução/Shopping Leblon) (Foto: Reprodução/Shopping Leblon)
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Uma funcionária da loja Rosa Chá afirma ter que foi chamada de escrava durante uma reunião de trabalho. O caso teria ocorrido na unidade do Shopping Leblon, na zona sul do Rio, no dia 14 de agosto.

Janine de Oliveira Monteiro, de 27 anos, registrou um boletim de ocorrência na Delegacia do Leblon e está afastada do trabalho, seguindo recomendação de seu advogado. Ela trabalha na loja há nove meses.

A Polícia afirmou que os envolvidos estão sendo chamados para prestar esclarecimentos.

Ela afirmou que a declaração da gerente foi feita diante de outros colegas de trabalho e que a reunião seguiu normalmente, como se nada tivesse acontecido.

“Primeiro estava todo mundo lanchando na mesa, comendo um pão e os farelos sujaram a mesa. Ela disse que não tinha problema, pois quem iria limpar seria eu mesma. Depois começou um papo sobre receita de bolo, ela acabou pulando o assunto para falar dos judeus, a ex-sogra dela era judia, pulou para os negros, falando que cada um tem sua cultura e virou para mim e disse: como você, escrava”, disse em entrevista ao UOL.

Para o advogado de Janine, a cliente foi vítima de injúria racial. A defesa entrou com um pedido para que ela seja demitida, já que não tem mais condições de trabalhar na loja.

“Eu ainda tentei trabalhar depois disso, mas chegava na loja e passava mal, não me sentia confortável, tive crise de ansiedade, agora estou afastada por recomendação do meu advogado. Ele disse que a loja tem um prazo para se manifestar, mas isso até o momento não ocorreu”, explicou Janine

A Restoque, dona da marca, afirmou, em nota, que a gerente foi afastada após a acusação de racismo e que foi instaurada uma sindicância para apuração dos fatos.

“Após tomar conhecimento dos fatos, a companhia afastou imediatamente a colaboradora denunciada de suas atividades, até que os fatos sejam apurados, e instaurou uma Comissão de Sindicância para apuração dos fatos e providências”.

A dona da marca ainda disse que colabora com as investigações policiais e que repudia com veemência qualquer tipo de atitude discriminatória.

O shopping Leblon também divulgou uma nota após o ocorrido. “O Shopping Leblon repudia qualquer atitude discriminatória e a abordagem relatada não condiz com a postura adotada pelo empreendimento, que zela para que todos sejam bem-vindos, oferecendo um ambiente de trabalho, lazer, diversão e compras de forma igualitária a todas as pessoas. A administração do shopping vai reforçar suas orientações de boas práticas e conduta entre os lojistas”.

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