Sociedade
Família de Moïse aceita gerir quiosque transformado em memorial ao congolês
No Rio e em outras capitais, o sábado é de manifestações que lembram o brutal assassinato do jovem de 24 anos
A família do congolês Moïse Kabagambe, espancado até a morte no fim de janeiro, aceitou uma proposta da Prefeitura do Rio de Janeiro para gerir um dos quiosques na Barra da Tijuca que serão transformados em memoriais.
A informação foi confirmada à TV Globo pelo advogado dos parentes da vítima, Rodrigo Mondego.
Neste sábado 5, a Prefeitura informou que converterá os quiosques Biruta e Tropicália em espaços de homenagem à cultura congolesa e africana.
Segundo a gestão de Eduardo Paes (PSD), o contrato de concessão com os atuais operadores dos quiosques está suspenso e, “caso se comprove que eles não têm qualquer envolvimento no crime, A Orla Rio discutirá a transferência para outro espaço”.
“A melhor notícia: a família passa a ser a nova concessionária do Quiosque! Não à banalização da barbárie!”, escreveu Paes nas redes sociais neste sábado.
O dia também é marcado por uma série de protestos que lembram o brutal assassinato de Moïse e cobram a punição dos responsáveis pelo crime.
No Rio, o ato ocorre em frente ao quiosque Tropicália, onde o jovem congolês de 24 anos foi morto. Também há registro de atos em São Paulo, Salvador, Brasília, São Luís, Porto Alegre e Belo Horizonte.
Imagens de câmeras de segurança divulgadas nos últimos dias expõem os assassinos do congolês, que recorreram a socos, chutes e golpes com pedaço de pau. Segundo o inquérito conduzido pela Delegacia de Homicídios da Capital, o corpo de Moïse foi encontrado amarrado próximo ao Tropicália.
O congolês se dirigiu ao quiosque para cobrar o pagamento de dois dias de trabalho em atraso. O espancamento durou cerca de 15 minutos.
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