Saúde

Estudo aponta 13 cidades do interior e litoral de SP com maior risco de covid-19

‘Primeira pandemia do mundo globalizado’, dizem autores, pode encontrar focos de crescimento em cidades ligadas por rodovias importantes

Higienizacão Largo da Catedral e Calçadão da 13 de Maio, em Campinas (Foto Carlos Bassan)
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Um estudo da Unesp (Universidade Estadual Paulista) identificou cidades do interior e do litoral paulista que poderiam se transformar em perigosos focos de disseminação da covid-19. Segundo a pesquisa, os números de casos suspeitos e de internações por síndrome respiratória aguda grave (SRAG), para além dos casos confirmados nas cidades, acendeu uma luz vermelha para o governo do Estado, que prorrogou o período da quarentena oficial.

Os municípios citados no estudo são, além da capital paulista, Araçatuba, Araraquara, Bauru, Campinas, Marília, Piracicaba, Ribeirão Preto, Santos, São José do Rio Preto, São José dos Campos, Sorocaba e Votuporanga.

“Não adianta olhar só para o tamanho da população, mas também a influência econômica e social das cidades na região em que estão”, disse o professor Raul Guimarães, do Laboratório de Geografia Humana, em entrevista à Folha de S. Paulo.

Guimarães faz parte de uma rede de pesquisadores da Unesp que está mobilizada em estudar o vírus em conjunto com outras universidades públicas do País. Em um artigo em conjunto com a também professora Maria Sposito, o professor discorreu sobre a pandemia do coronavírus ser “inusitada” pelo contexto cada vez mais interligado entre as cidades, que têm fácil acesso entre si por conta das redes de transporte potencializadas.

“Interações espaciais, no caso desse vírus em tempos da globalização, não incluem apenas as de natureza territorial”, escreveram, chamando esta de a “primeira pandemia do mundo globalizado”. No caso do estado de São Paulo, por exemplo, foram identificadas rotas de dispersão do vírus no caminho que interliga as cidades, que são atravessadas pelas rodovias Anhanguera e Presidente Dutra.

Na segunda-feira 07, o Ministério da Saúde publicou um novo boletim epidemiológico que, ao mesmo tempo que prevê a eficiência das medidas de distanciamento social, sugere uma possível flexibilização para municípios que estejam ainda com 50% da rede de UTIs operante. Os locais poderiam, dessa forma, adotar apenas o isolamento vertical como primeira medida de contenção – ou seja, isolar apenas idosos e outros do grupo de risco.

A medida é defendida pelo presidente Jair Bolsonaro e criticada por seu efeito em outros locais no mundo, como no Reino Unido, que ultrapassou os 4,8 mil mortos e já deu um passo atrás na recomendação vertical.

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