A Polícia Civil trabalha com a hipótese de que a estudante Sarah Silva Domingues, de 28 anos, tenha sido morta por engano em um bairro de Porto Alegre (RS) na noite da terça-feira 23. Além da jovem, um homem de 53 anos – considerado o alvo principal do crime – foi alvejado e morreu no local.
O caso é investigado pela 2ª Delegacia de Departamento de Homícidios e Proteção à Pessoa.
Testemunhas relataram aos investigadores que o ataque aconteceu às 19h24, na Rua do Pescador, no bairro Ilha das Flores, onde o homem era dono de um mercado – ele foi executado por dois encapuzados no estabelecimento. Antes, a dupla atirou contra a jovem, que estaria realizando um trabalho acadêmico.
Imagens obtidas por câmeras de segurança mostram que o crime aconteceu em 20 segundos. Foram quase 20 tiros, disparados por uma pistola calibre nove milímetros, de uso restrito. Os criminosos fugiram em uma moto.
Até aqui, investigadores acreditam que o alvo dos criminosos seria o dono do estabelecimento. Identificado como Valdir dos Santos Pereira, ele acumulava passagens por ameaça, apropriação indébita, crimes contra a fauna e porte ilegal de arma de fogo.
Sarah Domingues era uma liderança do movimento estudantil gaúcho. Cursava Arquitetura e Urbanismo na Universidade Federal do Rio Grande do Sul e chegou a presidir o Diretório Central dos Estudantes da instituição. Além disso, foi diretora da União Nacional dos Estudantes.
Horas antes do crime, a universitária disse a moradores que estava na região para fazer um trabalho de campo, em razão do temporal. Ela utilizava um crachá do curso e registrava imagens.
Ainda não há informações sobre o velório e o supultamento da jovem.
Em nota, a UNE lamentou o caso e cobrou a elucidação do crime. “Ela dedicou os melhores anos de sua vida na luta por uma educação de qualidade para todos”, ressaltou a entidade, que também convocou um ato em memória de Sarah na Faculdade de Arquitetura para esta quarta-feira.
Por sua vez, o DCE da UFRGS exigiu que as autoridades gaúchas “prestem contas desse crime”. O texto também menciona a “situação de insegurança generalizada a que nosso povo está submetido”.
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