Sociedade

Esquerda tenta elevar pressão contra estacionamento no Minhocão, em São Paulo

Vereadores críticos à medida promoveram uma audiência pública na Câmara Municipal, nesta segunda-feira 5

Esquerda tenta elevar pressão contra estacionamento no Minhocão, em São Paulo
Esquerda tenta elevar pressão contra estacionamento no Minhocão, em São Paulo
Reprodução/TV Globo
Apoie Siga-nos no

As obras da prefeitura de São Paulo para construir bolsões de estacionamento sob o Elevado Presidente João Goulart, mais conhecido como Minhocão, começam a ganhar a atenção da Câmara Municipal. Vereadores que se opõem à iniciativa no centro da cidade promoveram uma audiência pública nesta segunda-feira 5.

O primeiro bolsão foi concluído a partir de um recuo no canteiro central da Rua Amaral Gurgel. Ele funcionará de forma experimental, “para avaliação de viabilidade”, de acordo com a prefeitura.

Segundo vereadores críticos ao plano, a gestão municipal ignorou a necessidade de diálogo. Para Marina Bragante (Rede), a polêmica envolve não apenas a mobilidade, mas a emergência climática e a desigualdade social na capital paulista. “Opotamos por mais asfalto, mais carro. Como usamos o recurso público para dar espaço a carros e não pensamos em dignidade para as pessoas?”, questionou, na audiência.

Renata Falzoni (PSB) ressaltou não haver um projeto para desenvolver a região e avaliou que a criação do estacionamento marca um “ataque ao planejamento urbano democrático, à mobilidade ativa e à função social da cidade”.

A vereadora enfatizou que a gestão de Ricardo Nunes (MDB) está na contramão do projeto de cidade que a legislação prevê  — os bolsões, por exemplo, não constam dos marcos legais do Plano Diretor, acrescentou Falzoni.

Toninho Vespoli (PSOL), por sua vez, definiu o plano da prefetura como “um projeto higienista que quer expulsar as pessoas em situação de rua”. Ele defendeu a adoção de políticas públicas voltadas a essa população em vulnerabilidade.

Na mesma linha, a vereadora Luna Zarattini (PT) classificou como um “espantalho” o argumento da prefeitura para criar os bolsões e reforçou que, na prática, a medida retira do local a população em situação de rua sem oferecer uma alternativa razoável.

Obras experimentais para a construção do estacionamento sob o viaduto entraram em execução após liberação do vice-prefeito Ricardo de Mello Araújo (PL), enquanto Ricardo Nunes viajava pela Ásia.

“A gente vai fazer um teste. O que não dá é ficar do jeito que estava, esse Minhocão toda vez sujo”, alegou o vice. “Estava aqui só sujeira, as pessoas não conseguiam nem andar, nem bicicleta, nem transeunte. A gente vai ver o que vai acontecer aqui.”

ENTENDA MAIS SOBRE: , , , ,

Jornalismo crítico e inteligente. Todos os dias, no seu e-mail

Assine nossa newsletter

Assine nossa newsletter e receba um boletim matinal exclusivo

Apoie o jornalismo que chama as coisas pelo nome

Muita gente esqueceu o que escreveu, disse ou defendeu. Nós não. O compromisso de CartaCapital com os princípios do bom jornalismo permanece o mesmo.

O combate à desigualdade nos importa. A denúncia das injustiças importa. Importa uma democracia digna do nome. Importa o apego à verdade factual e a honestidade.

Estamos aqui, há 30 anos, porque nos importamos. Como nossos fiéis leitores, CartaCapital segue atenta.

Se o bom jornalismo também importa para você, nos ajude a seguir lutando. Assine a edição semanal de CartaCapital ou contribua com o quanto puder.

Quero apoiar

Jornalismo crítico e inteligente. Todos os dias, no seu e-mail

Assine nossa newsletter

Assine nossa newsletter e receba um boletim matinal exclusivo