Sociedade
Enel culpa Sabesp por novo apagão em São Paulo; estatal nega
Cerca de 35 mil moradores, hospitais e comércio ficaram sem energia elétrica. O Ministério de Minas e Energia exigiu que a Enel comprove sua capacidade de operação
Ao menos 35 mil moradores da cidade de São Paulo ficaram sem energia elétrica por 24 horas, após um apagão na manhã de segunda-feira 18. Durante o período em que a região central da capital paulista foi afetada, hospitais tiveram que funcionar com geradores.
A Enel, responsável pela distribuição, disse nesta terça-feira 19, que a situação foi causada por uma obra da Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo, a Sabesp. A empresa, entretanto, negou o ocorrido.
De acordo com a companhia, durante uma escavação realizada pela Sabesp, a fiação elétrica subterrânea foi atingida acidentalmente, provocando a interrupção no fornecimento por volta das 10h30 de segunda.
“De imediato, a companhia deslocou equipes de técnicos e eletricistas ao local para identificar a causa e realizar o reparo da rede”, afirmou.
Já a Sabesp explicou que assim que soube do problema, “mobilizou imediatamente equipes para o local que não identificaram relação do trabalho da Sabesp com o ocorrido”.
“Antes de iniciar a obra, como é de praxe, a Sabesp fez uma sondagem de todas as redes que passam no local. Por este motivo, a escavação no local foi feita manualmente, a partir das 11h, sem movimentação na fiação”, disse.
As companhias trabalharam juntas para o restabelecimento da rede elétrica.
Por volta das 10h desta terça-feira, o fornecimento foi normalizado na Santa Casa de Misericórdia e no hospital Santa Isabel, e para 85% dos moradores dos bairros de Higienópolis, Bela Vista, Cerqueira César, Santa Cecília e Vila Buarque.
Diante o ocorrido, o Ministério de Minas e Energia cobrou da companhia de energia, uma comprovação da capacidade de operação nas concessões de distribuição de energia no Brasil. A empresa opera nos estados de São Paulo, Rio de Janeiro e Ceará.
Vale lembrar que a companhia já foi multada por conta de ineficiência em resolver os problemas causados por eventos climáticos em novembro, que deixou ao menos 2,1 milhões de consumidores sem luz.
A pasta também encaminhou ofício à Agência Nacional de Energia Elétrica, a Aneel, determinando investigação e responsabilização e punição rigorosa da concessionária, “que tem de forma reiterada apresentado problemas na qualidade da prestação dos serviços”.
A Aneel, por sua vez, também solicitou à empresa, explicação a respeito do apagão que interrompeu as operações do aeroporto de Congonhas, na semana passada.
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