Sociedade

Em novo escândalo no futebol, dez jogadores são presos na Itália

O capitão da Lazio, um dos principais clubes do país, foi detido. Atleta da seleção italiana é cortado por ser investigado

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Seis anos depois do Calciopoli, o escândalo de corrupção que abalou o futebol profissional na Itália, o país está novamente imerso em uma crise envolvendo fraudes no esporte, esta chamada de Calcioscommesse. Nesta segunda-feira 28, uma operação da procuradoria de Cremona e da polícia prendeu 19 acusados, entre elas dez jogadores profissionais, e levantou suspeitas sobre dezenas de outras pessoas, incluindo o técnico da Juventus, atual campeã italiana, e um atleta que defenderia a Itália na Eurocopa.

Dois dos jogadores presos são Stefano Mauri, o capitão da Lazio, um dos principais times da Itália, e Omar Milanetto, do Padova, clube da segunda divisão italiana. Segundo o jornal Corriere della Sera, Mauri e Milanetto “estavam disponíveis” para combinar os resultados dos jogos entre suas equipes em troca de dinheiro. Mauri, de 32 anos, foi envolvido no escândalo por um dos jogadores arrependidos, Carlo Gervasoni, detido em abril. Gervasoni afirmou que Mauri participou no acerto dos resultados das partidas Lazio-Genoa (4-2, em 14 de maio de 2011) e Lecce-Lazio (2-4, 22 de maio de 2011). Ao ser interrogado em abril pela justiça esportiva, Mauri declarou que os torcedores da Lazio poderiam ficar “tranquilos”. Outro detido é Matteo Gritti, técnico do Albinoleffe, outro clube da segunda divisão.

Entre os investigados estão duas outras figuras de destaque do futebol italiano. Uma delas é Antonio Conte, atualmente treinador da Juventus. Ainda segundo o Corriere, ele é suspeito de ter conhecimento sobre o arranjo de resultado de uma partida disputada em 30 de abril de 2011 entre o Siena, então treinado por Conte, e o Novara. Conte, cuja casa foi alvo de uma busca nesta segunda-feira, teria sido acusado por Filippo Carobbio, ex-atleta do Siena segundo quem o treinador teria dito aos atletas para ficarem “tranquilos” sobre o empate arrumado com o Novara.

Outro investigado é Domenico Criscito, lateral da seleção da Itália. Os agentes policiais acordaram Criscito no centro de treinamentos de Coverciano, em Florença, onde a Itália se prepara para a Eurocopa, para ouvir o depoimento do lateral. Pouco depois do interrogatório, a Federação Italiana de Futebol (FIGC) anunciou que Criscito foi cortado. “Criscito não estará na Eurocopa-2012, não é seu objetivo principal. Quer esclarecer sua situação”, disse o vice-presidente da FIGC, Demetrio Albertini. A decisão foi tomada porque ele não está suficientemente tranquilo, segundo a FIGC.

A casa do atleta em Gênova, que atualmente joga no Zenit São Petersburgo, da Rússia, também foi revistada. Apesar do interrogatório, Criscito poderia disputar a Eurocopa por ser considerado apenas uma testemunha assistida, informou o procurador de Cremona, Roberto Di Martino. “O status de testemunha assistida é um instrumento para catalogar pessoas investigadas, não um julgamento ou condenação, como se esquece geralmente na Itália”, disse o procurador. Ele também disse que Criscito era o único jogador da seleção relacionado ao caso.

Federação vai julgar clubes e jogadores

Esta é a terceira onda de detenções no novo escândalo envolvendo o futebol italiano, depois das operações de novembro de 2011 e abril passado. Ela coincide com o julgamento, por parte da Comissão de Disciplina da Federação Italiana de Futebol, sobre as prisões anteriores. Na quinta, a FIGC deve julgar 22 clubes e 61 jogadores ou ex-jogadores sobre os fatos investigados em Cremona.

A operação “Last Bet” (Última aposta) tem três partes diferenciadas e a investigação está sob responsabilidade das promotorias de Cremona, Bari e Nápoles. O ex-jogador da seleção italiana Giuseppe Signori, o ex-capitão da Atalanta Cristiano Doni e o ex-atleta do Bari Andrea Masiello foram detidos nas ações anteriores.

As máfias locais e estrangeiras estão no centro do escândalo. Os jogadores teriam concordado em acertar resultados de partidas para permitir apostas seguras, em confrontos da Série A e de divisões inferiores. A manipulação não decidia apenas o vencedor, mas outras circunstâncias, como a diferença de gols do resultado. Cinco húngaros suspeitos de comandar uma organização mafiosa de apostas estão entre os 19 detidos nesta segunda-feira. A procuradoria afirmou que algumas partidas poderiam permitir lucros de até dois milhões de euros. “Para um Lecce-Lazio, o ganho obtido com apostas seria de dois milhões de euros e 600.000 euros foram utilizados para corromper os jogadores”, disse o promotor Roberto di Martino.

Martino também citou outras partidas da temporada 2010-2011 sob suspeita de manipulação, entre elas um Bari-Sampdoria e um Lazio-Genoa. “Também estão sob lupa sete ou oito partidas do Siena”, disse.

A Itália pode viver um novo terremoto no futebol, como o “Totonero” de 1980, que enviou o Milan para a segunda divisão e custou dois anos de suspensão a Paolo Rossi, ou o do “Calciopoli”, o escândalo de partidas manipuladas que fez a Juventus perder dois títulos (2005 e 2006) e rebaixou o clube para a Série B. Por coincidência, nas duas vezes em que a Itália foi afetada por casos assim terminou por vencer uma grande competição, as Copas do Mundo de 1982 e 2006.

Com informações da AFP

Seis anos depois do Calciopoli, o escândalo de corrupção que abalou o futebol profissional na Itália, o país está novamente imerso em uma crise envolvendo fraudes no esporte, esta chamada de Calcioscommesse. Nesta segunda-feira 28, uma operação da procuradoria de Cremona e da polícia prendeu 19 acusados, entre elas dez jogadores profissionais, e levantou suspeitas sobre dezenas de outras pessoas, incluindo o técnico da Juventus, atual campeã italiana, e um atleta que defenderia a Itália na Eurocopa.

Dois dos jogadores presos são Stefano Mauri, o capitão da Lazio, um dos principais times da Itália, e Omar Milanetto, do Padova, clube da segunda divisão italiana. Segundo o jornal Corriere della Sera, Mauri e Milanetto “estavam disponíveis” para combinar os resultados dos jogos entre suas equipes em troca de dinheiro. Mauri, de 32 anos, foi envolvido no escândalo por um dos jogadores arrependidos, Carlo Gervasoni, detido em abril. Gervasoni afirmou que Mauri participou no acerto dos resultados das partidas Lazio-Genoa (4-2, em 14 de maio de 2011) e Lecce-Lazio (2-4, 22 de maio de 2011). Ao ser interrogado em abril pela justiça esportiva, Mauri declarou que os torcedores da Lazio poderiam ficar “tranquilos”. Outro detido é Matteo Gritti, técnico do Albinoleffe, outro clube da segunda divisão.

Entre os investigados estão duas outras figuras de destaque do futebol italiano. Uma delas é Antonio Conte, atualmente treinador da Juventus. Ainda segundo o Corriere, ele é suspeito de ter conhecimento sobre o arranjo de resultado de uma partida disputada em 30 de abril de 2011 entre o Siena, então treinado por Conte, e o Novara. Conte, cuja casa foi alvo de uma busca nesta segunda-feira, teria sido acusado por Filippo Carobbio, ex-atleta do Siena segundo quem o treinador teria dito aos atletas para ficarem “tranquilos” sobre o empate arrumado com o Novara.

Outro investigado é Domenico Criscito, lateral da seleção da Itália. Os agentes policiais acordaram Criscito no centro de treinamentos de Coverciano, em Florença, onde a Itália se prepara para a Eurocopa, para ouvir o depoimento do lateral. Pouco depois do interrogatório, a Federação Italiana de Futebol (FIGC) anunciou que Criscito foi cortado. “Criscito não estará na Eurocopa-2012, não é seu objetivo principal. Quer esclarecer sua situação”, disse o vice-presidente da FIGC, Demetrio Albertini. A decisão foi tomada porque ele não está suficientemente tranquilo, segundo a FIGC.

A casa do atleta em Gênova, que atualmente joga no Zenit São Petersburgo, da Rússia, também foi revistada. Apesar do interrogatório, Criscito poderia disputar a Eurocopa por ser considerado apenas uma testemunha assistida, informou o procurador de Cremona, Roberto Di Martino. “O status de testemunha assistida é um instrumento para catalogar pessoas investigadas, não um julgamento ou condenação, como se esquece geralmente na Itália”, disse o procurador. Ele também disse que Criscito era o único jogador da seleção relacionado ao caso.

Federação vai julgar clubes e jogadores

Esta é a terceira onda de detenções no novo escândalo envolvendo o futebol italiano, depois das operações de novembro de 2011 e abril passado. Ela coincide com o julgamento, por parte da Comissão de Disciplina da Federação Italiana de Futebol, sobre as prisões anteriores. Na quinta, a FIGC deve julgar 22 clubes e 61 jogadores ou ex-jogadores sobre os fatos investigados em Cremona.

A operação “Last Bet” (Última aposta) tem três partes diferenciadas e a investigação está sob responsabilidade das promotorias de Cremona, Bari e Nápoles. O ex-jogador da seleção italiana Giuseppe Signori, o ex-capitão da Atalanta Cristiano Doni e o ex-atleta do Bari Andrea Masiello foram detidos nas ações anteriores.

As máfias locais e estrangeiras estão no centro do escândalo. Os jogadores teriam concordado em acertar resultados de partidas para permitir apostas seguras, em confrontos da Série A e de divisões inferiores. A manipulação não decidia apenas o vencedor, mas outras circunstâncias, como a diferença de gols do resultado. Cinco húngaros suspeitos de comandar uma organização mafiosa de apostas estão entre os 19 detidos nesta segunda-feira. A procuradoria afirmou que algumas partidas poderiam permitir lucros de até dois milhões de euros. “Para um Lecce-Lazio, o ganho obtido com apostas seria de dois milhões de euros e 600.000 euros foram utilizados para corromper os jogadores”, disse o promotor Roberto di Martino.

Martino também citou outras partidas da temporada 2010-2011 sob suspeita de manipulação, entre elas um Bari-Sampdoria e um Lazio-Genoa. “Também estão sob lupa sete ou oito partidas do Siena”, disse.

A Itália pode viver um novo terremoto no futebol, como o “Totonero” de 1980, que enviou o Milan para a segunda divisão e custou dois anos de suspensão a Paolo Rossi, ou o do “Calciopoli”, o escândalo de partidas manipuladas que fez a Juventus perder dois títulos (2005 e 2006) e rebaixou o clube para a Série B. Por coincidência, nas duas vezes em que a Itália foi afetada por casos assim terminou por vencer uma grande competição, as Copas do Mundo de 1982 e 2006.

Com informações da AFP

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