Sociedade

Em meio a tensão política, crescem movimentos civis contra Bolsonaro

Iniciativas como Movimento Estamos Juntos e Somos 70% cobram respostas para as crises sanitária, política e econômica brasileiras

Manifestação na Avenida Paulista. Foto: Pam Santos
Apoie Siga-nos no

As iniciativas da sociedade civil “em defesa da democracia” se multiplicam pelo Brasil, em resposta aos pedidos de “intervenção militar” de partidários do presidente Jair Bolsonaro e aos seus embates com o Supremo Tribunal Federal e o Congresso.

A polarização acontece em meio a um clima de alta tensão por causa das críticas de Bolsonaro aos governadores que são favoráveis às medidas de quarentena para enfrentar a pandemia do novo coronavírus, que já deixou mais de 32.000 mortos no país.

Essa profusão de iniciativas ocorre em meio às manifestações “antifascistas”, convocadas por grupos de torcedores dos principais clubes de futebol do país.

Entre os signatários estão personalidades políticas que passam pelo posicionamento de centro, direita e esquerda, além de artistas, jornalistas, juristas, cientistas e especialistas de todas as áreas.

Há também notórios ausentes, como o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Suilva, que questionou que as demandas ignoram as críticas ao programa ultraliberal do governo e os retrocessos dos direitos trabalhistas.

Confirma algumas das principais iniciativas:

Movimento Estamos Juntos: lançado no sábado passado, com um manifesto “em busca de um bem comum”, já recebeu mais de 276.000 assinaturas. Entre os signatários estão o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, o cantor e compositor Caetano Veloso, o escritor Paulo Coelho e o ex-candidato à presidência Fernando Haddad (PT).

Eles afirmam representar “a maioria dos brasileiros que apoiam a independência dos poderes” e exigem uma resposta dos líderes políticos “diante da devastadora crise política, econômica e sanitária pela qual o país está passando”.

“#Somos70porcento”: campanha lançada com a hashtag nas redes sociais pelo economista e escritor Eduardo Moreira, com base em dados de pesquisas de opinião que mostram que quem avalia o governo como “péssimo”, “ruim” ou “regular” representa 70% da população.

“Curioso como nós, os 70% que rejeitamos esse governo anti-democrático, nos sentirmos como se fôssemos minoria e dar tanto peso aos 30% que eram minoria”, explicou Moreira.

Basta!: Movimento apoiado por centenas de advogados e juristas que afirmam, em seu manifesto, que “o Brasil, suas instituições e seu povo não podem continuar sendo atacados” por um presidente que atenta “contra os poderes Legislativo e Judiciário, contra o Estado de Direito e contra a saúde dos brasileiros”.

Por outro lado, surgiram iniciativas contra a discriminação racial, como o “Seja Antirracista”, inspirado nos protestos que abalam os Estados Unidos após o assassinato do cidadão negro George Floyd por um policial branco, em Minneapolis.

ENTENDA MAIS SOBRE: , , , , ,

Jornalismo crítico e inteligente. Todos os dias, no seu e-mail

Assine nossa newsletter

Assine nossa newsletter e receba um boletim matinal exclusivo

Um minuto, por favor…

O bolsonarismo perdeu a batalha das urnas, mas não está morto.

Diante de um país tão dividido e arrasado, é preciso centrar esforços em uma reconstrução.

Seu apoio, leitor, será ainda mais fundamental.

Se você valoriza o bom jornalismo, ajude CartaCapital a seguir lutando por um novo Brasil.

Assine a edição semanal da revista;

Ou contribua, com o quanto puder.

Jornalismo crítico e inteligente. Todos os dias, no seu e-mail

Assine nossa newsletter

Assine nossa newsletter e receba um boletim matinal exclusivo