Sociedade
Em meio à pandemia, grupo faz festa com carros de luxo no litoral paulista
Um dos integrantes do grupo justificou dizendo que se fossem carros velhos não causariam revolta
Em meio ao isolamento social determinado no estado de SP por conta da pandemia do coronavírus, um grupo de amigos causou indignação no último final de semana no bairro de alta classe Riviera de São Lourenço, em Bertioga, no litoral de São Paulo. Cerca de 20 pessoas realizaram um encontro com seus carros de luxo para uma festa de aniversário.
O evento causou revolta dos vizinhos e das pessoas que acompanham o grupo pelo Instagram, no qual eles compartilham fotos de carros esportivos de luxo e eventos dos quais participam. A Guarda Civil Metropolitana foi acionada pelo barulho feito pela festa e pela aglomeração.
Em entrevista ao G1, o advogado Fernando Andrade Vieira, que faz parte do grupo e estava no local, explicou que essa não é a primeira vez que há reclamação de som alto na residência, e que não existe proibição legal para que as pessoas se reúnam. Ele confirmou que houve a comemoração no imóvel, mas que era uma festa familiar.
“Não sei o que tanto incomoda em ter um som na casa. Você exigir que não tenha som em uma casa, não existe lei para isso. No que tange à união de pessoas, na realidade, também não existe a proibição, e sim uma orientação. São duas coisas diferentes”, afirma.
Ele alega que a comemoração causou polêmica nas redes porque os carros eram de luxo. “Venhamos e convenhamos, se fosse dez carros velhos na frente da casa, não teria nenhum problema”, afirma.
“As pessoas não querem saber o que o grupo faz em prol da sociedade. Essa semana, fizemos a arrecadação de alimentos para instituições. Inclusive, eu ajudo diversos abrigos para cachorros de rua. Não precisamos postar para não colocar a pessoa que recebe em uma situação constrangedora. O fato de os integrantes do grupo, graças a Deus, terem uma situação diferenciada e se tornarem odiados é muito chato. Aqui, todas as pessoas são trabalhadoras, são empresários, são pessoas que fazem o bem e que pagam todos os seus impostos. Se puxar a placa de todos os carros, não tem um devendo IPVA. Nós temos o direito de ir e vir”, finaliza.
A Guarda Civil pediu para que os integrantes da festa abaixassem o som deu uma orientação sobre os perigos da Covid-19.
Apoie o jornalismo que chama as coisas pelo nome
Depois de anos bicudos, voltamos a um Brasil minimamente normal. Este novo normal, contudo, segue repleto de incertezas. A ameaça bolsonarista persiste e os apetites do mercado e do Congresso continuam a pressionar o governo. Lá fora, o avanço global da extrema-direita e a brutalidade em Gaza e na Ucrânia arriscam implodir os frágeis alicerces da governança mundial.
CartaCapital não tem o apoio de bancos e fundações. Sobrevive, unicamente, da venda de anúncios e projetos e das contribuições de seus leitores. E seu apoio, leitor, é cada vez mais fundamental.
Não deixe a Carta parar. Se você valoriza o bom jornalismo, nos ajude a seguir lutando. Assine a edição semanal da revista ou contribua com o quanto puder.



