Sociedade

Em 2012, Brasil teve 42 mil mortes por armas de fogo

Entre 1980 e 2012, o número de óbitos por tiro cresceu 387%; o de homicídios, 556,6%

Em 2012, Brasil teve 42 mil mortes por armas de fogo
Em 2012, Brasil teve 42 mil mortes por armas de fogo
Brasil atinge segundo maior taxa de mortalidade por arma de fogo da história
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A escalada de violência no Brasil bateu mais uma marca negativa. Em 2012, a quantidade de pessoas mortas por disparo de arma de fogo subiu para 42.416 vítimas, o mais alto patamar registrado no País pelo Mapa da Violência nos últimos 32 anos. Os dados foram divulgados nesta quarta-feira 13 no “Mapa da Violência 2015 – Mortes Matadas por Armas de Fogo”, de autoria do sociólogo Julio Jacobo Waiselfisz.

A fonte do levantamento é o Subsistema de Informação sobre Mortalidade (SIM) do Ministério da Saúde, baseado nas declarações de óbito expedidas em todo o País. A pesquisa registra o local das mortes e características das vítimas, como idade, cor e gênero.

De acordo com as estatísticas, o total de mortos por armas de fogo em 1980 foi de 8.710 pessoas, contra os 42.416 óbitos de 2012. Isso representa um aumento de 387% neste período de 33 anos, bem acima do crescimento da população brasileira no mesmo período, de cerca de 61%.

Com esses novos dados, a taxa de mortalidade por arma de fogo no Brasil em 2012 chegou a 21,9 a cada 100 mil habitantes, a segunda maior já registrada desde o início dos estudos. Neste quesito, o ano de 2012 só não foi mais violento do que 2003, quando o mesmo índice foi de 22,2 mortes para cada 100 mil habitantes.

O crescimento de mortes por arma de fogo está estritamente ligado ao aumento de homicídios, segundo as conclusões do levantamento. Entre 1980 e 2012, os assassinatos por arma de fogo subiram 556,6%, enquanto os suicídios cometidos com ajuda de revólveres aumentaram aproximadamente 49%. Já as mortes acidentais provocadas por tiros caíram 26,4%, de acordo com o levantamento.

O levantamento salienta, no entanto, que os números seriam ainda maiores, caso a proibição da comercialização de armas de fogo e munições não tivesse sido aprovada em 2005. O estudo estima que, entre 2004 e 2012, 160.036 foram poupadas com a restrição ao armamento. Os jovens foram os maiores beneficiados por essa política. Mais de 115 mil pessoas, com idade entre 15 e 29 anos, teriam sido mortas por armas de fogo nos oito anos analisados.

O estudo foi feito em parceria entre a Secretaria-Geral da Presidência da República, a Secretaria Nacional de Juventude (SNJ), a Secretaria de Políticas de Promoção da Igualdade Racial (Seppir), a Unesco no Brasil (Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura) e a Faculdade Latino-Americana de Ciências Sociais (Flacso).

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