Dois a cada três presos no Brasil são negros, aponta relatório

Perfil é o mesmo nos homicídios: Oito a cada dez pessoas mortas pela polícia em 2019 eram negras

Foto: Poco_bw/Getty images

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A proporção de negros no sistema carcerário cresceu 14%, enquanto a de brancos diminuiu 19% nos últimos 15 anos no Brasil. É o que aponta o 14º Anuário Brasileiro de Segurança Pública divulgado no domingo 18 pelo Fórum Brasileiro de Segurança Pública.

 

 

 

Dos 657,8 mil presos em que há a informação da cor/raça disponível, 438,7 mil são negros (ou 66,7%). Ou seja, a cada três pessoas detidas, duas são negras. Os dados são referentes a 2019.

Segundo o levantamento, as prisões no país têm se tornado espaços destinados a um perfil populacional cada vez mais homogêneo. “No Brasil, se prende cada vez mais, mas, sobretudo, cada vez mais pessoas negras.”


“Existe, dessa forma, uma forte desigualdade racial no sistema prisional, que pode ser percebida concretamente na maior severidade de tratamento e sanções punitivas direcionadas aos negros”, afirma a publicação.

Perfil semelhante em homicídios 

 

O Anuário mostra que, historicamente, a população prisional do país segue um perfil muito semelhante ao das vítimas de homicídios. Oito a cada dez pessoas mortas pela polícia em 2019 eram negras, segundo o documento .

No comparativo com o número do ano anterior (6.175), houve um aumento de 2,9% na quantidade de mortos por agentes do estado.

Em 2019, 74,4% das 39.561 vítimas de homicídio eram negros. O índice sobe, para 79,1% quando o autor do assassinato foi um policial.

 

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