Sociedade
Dilma: “Brasil ainda tem muito a avançar no combate à violência contra a mulher”
Pesquisa Ipea apontou que 58,5% dos brasileiros concordam com a frase “Se as mulheres soubessem como se comportar, haveria menos estupros”


(O Ipea reconheceu nesta sexta-feira 4 de abril um erro em relação ao dado que chocou o Brasil, de que a maioria dos brasileiros apoia que mulheres que usam roupas que mostram o corpo merecem ser atacadas. Diferentemente do divulgado inicialmente pelo Ipea, 26% dos brasileiros são dessa opinião e não 65%. De acordo com o instituto do governo federal, o erro na pesquisaTolerância social à violência contra as mulheres, divulgada em 27 de março, ocorreu pela troca de gráficos.
Como os resultados estavam invertidos, na verdade 65% das pessoas concordam com a afirmação de que mulheres agredidas que permanecem com os parceiros gostam de apanhar. A porcentagem de pessoas que concorda com a afirmação de que mulheres que usam roupas reveladoras merecem ser atacadas é, portanto, de 26% e não de 65% como divulgado anteriormente. Confira a nota na íntegra AQUI.)
Um dia após a divulgação de pesquisa sobre violência contra a mulher, a presidenta Dilma Rousseff defendeu nesta sexta-feira 28 “tolerância zero” à prática deste tipo de crime. O levantamento do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) mostrou que a maioria dos brasileiros concorda que o comportamento da mulher pode motivar o estupro.
“Pesquisa do Ipea mostrou que a sociedade brasileira ainda tem muito o que avançar no combate à violência contra a mulher. Mostra também que governo e sociedade devem trabalhar juntos para atacar a violência contra a mulher, dentro e fora dos lares. Tolerância zero à violência contra a mulher”, escreveu a presidenta em sua conta pessoal no Twitter.
O levantamento do Ipea mostrou que 58,5% dos entrevistados concordaram totalmente ou parcialmente com a frase “Se as mulheres soubessem como se comportar, haveria menos estupros”.
Os pesquisadores avaliaram também a seguinte frase: “Mulheres que usam roupas que mostram o corpo merecem ser atacadas”. O levantamento mostra que 42,7% concordaram totalmente com a afirmação e 22,4% parcialmente; 24% discordaram totalmente e 8,4% parcialmente.
Segundo Dilma, as conclusões da pesquisa mostram a necessidade de garantir a aplicação de leis, como a Lei Maria da Penha, que protege mulheres da violência doméstica e familiar. “O resultado deixa claro o peso das leis e das políticas públicas no combate à violência contra a mulher”, comentou.
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