A atriz Julia Lemmertz disse que defender o presidente Jair Bolsonaro é ser “cúmplice de atrocidades”. As declaração foi feita nesta quinta-feira 29, durante entrevista ao vivo a CartaCapital no Instagram.
A artista havia sido questionada sobre a postura de profissionais da cultura, como Mario Frias e Regina Duarte, que demonstram apoio ao governo federal, apesar de queixas sobre a falta de fomento a produções artísticas.
“Eu confesso que fico mais decepcionada com pessoas que entram no meu Instagram para me achincalhar e defender esse governo e, quando eu olho os perfis, são pessoas que também estão na batalha e têm uma percepção equivocada”, disse a atriz. “Isso me decepciona porque defender esse governo hoje em dia, em qualquer instância, em qualquer classe que seja, é ser conivente com ele. É ser cúmplice dessas inúmeras atrocidades que estão acontecendo. E não é só em relação à cultura. É em relação a tudo.”
Na sequência, Julia Lemmertz chamou o governo federal de “irresponsável e temerário”.
“O que mais precisa acontecer? 550 mil mortos, metade poderia ser evitada se a gente tivesse vacina antes e não tivesse campanha para um tratamento que não funciona. Um governo irresponsável e temerário. As pessoas defendem o quê? Isso eu queria entender. Às vezes, eu fico realmente pasma pelas pessoas defenderem o indefensável”, disse.
A atriz também acusou o governo de agir com “descaso” com o setor cultural brasileiro.
“A arte no País não é a TV Globo. A arte, a cultura no País, é muito mais que isso. E ela toda está pagando um preço altíssimo por uma picuinha, por um descaso. Porque a arte e a cultura fazem você pensar, fazem você elaborar o seu presente, fazem você sonhar com o futuro.”
Julia Lemmertz comentou na entrevista a CartaCapital o filme Música para Quando as Luzes se Apagam, do qual faz parte. O longa-metragem, de autoria do cineasta Ismael Caneppele, foi lançado em 22 de julho nos cinemas brasileiros. A entrevista está disponível na íntegra no IGTV.
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