Sociedade

Conselheiro da Braskem nega tragédia de Maceió: ‘não existiu’

“A dita tragédia de Maceió, em termos de vidas perdidas, não existiu”, disse

Maceió (AL) 02.12.2023, Bairros com risco de afundamento desocupados em Maceió. Minas da Braskem. Foto: Gésio Passos/Agência Brasil
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João Paulo Nogueira Batista, membro do Conselho de Administração da Braskem, afirmou que a tragédia em Maceió não existiu, já que ninguém morreu por conta do afundamento. Mais de 55 mil pessoas perderam as casas por conta do afundamento de bairros da capital alagoana.

“A dita tragédia de Maceió, em termos de vidas perdidas, não existiu. Graças a deus não morreu ninguém”, disse em uma publicação na rede social LinkedIn nesta sexta-feira 26.

Batista elogiou ainda a atuação da empresa. “Estamos desde do inicio engajados em mitigar ao máximo a dor e os problemas vividos pelos moradores da região”, disse.

Nogueira celebrou as medidas adotadas pela empresa. Foto: LinkedIn/Reprodução

Em nota, a Braskem afirmou que não comenta a opinião pessoal de seu conselheiro. Além disso, reforçou que desenvolve ações em Maceió com foco na segurança das pessoas.

“As famílias tiveram a mudança paga pela Braskem, além de apoio para regularizar documentação, guardar móveis e outros bens, auxílio para aluguel temporário e apoio psicológico sempre que necessário”, afirmou.

Relembre o desastre da mina da Braskem em Maceió

O risco apresentado pelas minas de sal-gema em Maceió já é conhecido há vários anos.

O minério, utilizado para a produção de soda cáustica e PVC, começou a ser extraído da região no final da década de 1970, pela então Salgema Indústrias Químicas S/A, em minas localizadas a cerca de 1.200 metros abaixo da superfície.

Em 2018, grandes rachaduras começaram a aparecer no bairro do Pinheiro e tremores de terra foram registrados. No ano seguinte, um órgão do governo federal, o Serviço Geológico do Brasil, confirmou que as minas de sal-gema estavam provocando a instabilidade.

Desde junho de 2019, mais de 14 mil imóveis de cinco bairros de Maceió tiveram que ser desocupados devido à instabilidade do solo, criando ruas fantasmas onde antes moravam 55 mil pessoas.

O Instituto do Meio Ambiente do Estado de Alagoas (IMA-AL) decidiu multar a Braskem em mais de R$ 72 milhões por omissão de informações, danos ambientais e pelo risco de colapso e desabamento da mina 18. A entidade afirma que desde 2018 já autuou a empresa em 20 ocasiões.

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