Um imigrante congolês foi brutalmente assassinado na segunda-feira 24 no posto 8 da Barra da Tijuca, no Rio de Janeiro. Segundo informações dos familiares, Moïse Kabamgabe, 25 anos, foi espancado até a morte depois de cobrar o dono do quiosque Tropicália, onde trabalhava, pelo pagamento de dois dias de trabalho em atraso. O rapaz era atendente no estabelecimento.
Em meio a uma discussão entre, Kabamgabe e o dono do lugar, quatro homens teriam sido chamados pelo patrão e, junto com ele, agredido o congolês. O espancamento durou cerca de 15 minutos e foi registrado por câmeras de segurança do quiosque. Segundo testemunhas, os homens que bateram em Moïse usaram pedaços de madeira e um taco de beisebol. Ele foi encontrado em uma escada, com mãos e pernas amarrados e já sem vida.
Os familiares só souberam da morte do rapaz na terça-feira 25, quase 12 horas após o ocorrido. Ainda de acordo com a família, o dia de trabalho no quiosque seguiu normalmente, mesmo após o assassinato do rapaz.
O corpo de Moïse Kabamgabe, foi enterrado no Cemitério de Irajá, na Zona Norte do Rio, no domingo 30, em meio a um clima de comoção e protestos. Moïse veio para o Brasil em 2014 com a mãe e os irmãos, como refugiado político.
O caso segue sob investigação da Delegacia de Homicídios da capital. A polícia já obteve as imagens das câmeras de segurança do quiosque. Oito pessoas foram ouvidas pelos investigadores. De acordo com os familiares, cinco delas seriam pessoas envolvidas no crime.
A comunidade congolesa do Rio de Janeiro repudiou o caso, em nota, e o associou ao racismo e xenofobia, ainda presentes na sociedade. “Esse ato brutal, que não somente, manifesta o racismo estrutural da sociedade Brasileiro, mas claramente demonstra a xenofobia dentro das suas formas, contra os estrangeiros, nós da comunidade congolesa não vamos nos calar”, diz um trecho do manifesto.
O grupo pediu ainda que seja feita justiça. “Combater com firmeza e vencer o racismo, a xenofobia, é uma condição para que o Brasil se torne uma nação justa e democrática”
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