Política
Como Rio Bonito do Iguaçu tenta se recuperar da destruição provocada por tornado
O fenômeno meteorológico deixou seis mortos e mais de 800 feridos na sexta-feira 7, após atingir a cidade de 14.000 habitantes
Os trabalhos em Rio Bonito do Iguaçu se concentraram neste domingo 9 na retirada dos escombros e em restabelecer os serviços essenciais, dois dias após um tornado que devastou a cidade do Paraná.
O fenômeno meteorológico deixou seis mortos e mais de 800 feridos na sexta-feira 7, após atingir a cidade de 14.000 habitantes.
A força do tornado, com ventos que alcançaram 250 quilômetros por hora, destruiu casas, estabelecimentos comerciais, escolas e centros de saúde. Veículos foram arrastados e árvores foram arrancadas pela raiz.
“Começou aquele estrondo tão rápido. Eu falei para o meu marido: ‘olha, essa coisa não tá boa, isso é perigoso'”, disse à AFP Lourdes dos Santos, moradora da região.
A mulher ficou debaixo de uma mesa quando a tempestade chegou. “Foi muito trágico”, acrescentou, ao lamentar a morte de alguns vizinhos.
As equipes de emergência encerraram as buscas na área urbana e informaram que não há mais vítimas fatais, nem desaparecidos, segundo o governo do Paraná.
Agora os trabalhos se concentram na reorganização de serviços como o restabelecimento do abastecimento de água, telefonia móvel e energia elétrica, além da distribuição de alimentos e água potável.
Trinta e duas pessoas permaneciam internadas, quatro delas em Unidades de Terapia Intensiva, mas nenhuma em estado grave, segundo o governo.
No sábado, a AFP viu moradores que tentavam recuperar alguns pertences entre os escombros, enquanto equipes de emergência com escavadeiras removiam montanhas de destroços.
“A cidade está praticamente destruída, o que torna impossível fazer um levantamento detalhado neste momento”, declarou o prefeito de Rio Bonito, Sezar Augusto Bovino.
O governo do Paraná decretou no sábado estado de calamidade pública para liberar recursos de emergência de forma imediata.
As autoridades disseram que trabalham em um plano de créditos e apoio para a reconstrução. A Assembleia Legislativa estadual votará uma lei de urgência para repassar 50 mil reais de ajuda inicial a cada família afetada.
Os quase mil desabrigados estão sendo distribuídos em estabelecimentos de cidades próximas, como ginásios e escolas transformadas em abrigos.
“Esse tornado se separou de um centro de baixa pressão, um ciclone extratropical que está afetando a região sul do Brasil”, explicou à AFP José Marengo, do Centro Nacional de Monitoramento e Alertas de Desastres Naturais (Cemaden).
O tornado atingiu a categoria 3 na escala Fujita, que vai até 5.
Marengo destacou que a previsão de tornados é muito difícil porque eles se formam em poucos minutos. O cientista alertou que o Brasil precisa desenvolver melhores sistemas de alerta precoce para esse tipo de fenômeno.
A tragédia aconteceu pouco antes da abertura da COP30 sobre o clima, que começa na segunda-feira 10 em Belém, no Pará.
Apoie o jornalismo que chama as coisas pelo nome
Muita gente esqueceu o que escreveu, disse ou defendeu. Nós não. O compromisso de CartaCapital com os princípios do bom jornalismo permanece o mesmo.
O combate à desigualdade nos importa. A denúncia das injustiças importa. Importa uma democracia digna do nome. Importa o apego à verdade factual e a honestidade.
Estamos aqui, há 30 anos, porque nos importamos. Como nossos fiéis leitores, CartaCapital segue atenta.
Se o bom jornalismo também importa para você, nos ajude a seguir lutando. Assine a edição semanal de CartaCapital ou contribua com o quanto puder.



