Como funcionava o esquema de um universitário para fraudar o Enem no Pará, segundo PF

A investigação apura se André Rodrigues Ataíde, 25, cobrava para realizar prova do Enem no lugar de outros candidatos; defesa diz que envolvidos não cometeram fraude

Foto: Angelo Miguel/MEC

Apoie Siga-nos no

Um estudante de medicina da Universidade Estadual do Pará (UEPA) é suspeito de ter realizado as provas do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) para outros candidatos. O suposto esquema, que envolvia cobrança de pagamentos pelas provas, é investigado pela Polícia Federal (PF).

Segundo informações divulgadas na edição do último domingo 18 do programa ‘Fantástico’, da TV Globo, o estudante André Rodrigues Ataíde utilizava documentos falsos para realizar o processo seletivo.

Aluno do quinto ano de medicina da UEPA, André Ataíde tem um bom histórico escolar: aprovado (ele mesmo) no Enem, suas notas na universidade são altas, segundo a matéria. 

Entretanto, duas denúncias anônimas indicam que o estudante teria utilizado documentos falsos para realizar o exame, fazendo com que os beneficiados fossem aprovados na prova. As denúncias levaram a PF a realizar uma operação na última sexta-feira 16.

Segundo a PF, ao menos dois estudantes conseguiram vaga em medicina graças ao desempenho de André Ataíde: Moisés Oliveira Assunção e Eliesio Bastos Ataíde. Ambos têm 25 anos. O primeiro foi aprovado na edição do Enem do ano passado. Já o segundo recebeu a aprovação no Enem de 2022.

O delegado responsável pelo caso, Ezequias Martins, aponta que André Ataíde teria recebido cerca de 150 mil reais para fraudar a prova. Nenhum dos envolvidos no suposto esquema foi preso, mas a PF apreendeu celulares e edições do Enem dos últimos quatro anos nas casas dos envolvidos. 


A defesa de André Ataíde nega qualquer irregularidade. O advogado Diego Freites, que também faz a defesa de Eliesio, disse que ambos são “alunos de medicina e são inocentes. Não existe recebimento pelo André de nenhuma quantia para fazer a prova em nome de terceiros”, afirmou. 

Já o advogado Jordano Matias, responsável pela defesa de Moisés, disse que o próprio Moisés fez a prova. “Ele está inteiramente interessado em apoiar e cooperar com a polícia e com a Justiça Federal para que esse assunto seja o mais rápido possível solucionado”, afirmou.

Para proteger e incentivar discussões produtivas, os comentários são exclusivos para assinantes de CartaCapital.

Já é assinante? Faça login
ASSINE CARTACAPITAL Seja assinante! Aproveite conteúdos exclusivos e tenha acesso total ao site.
Os comentários não representam a opinião da revista. A responsabilidade é do autor da mensagem.

0 comentário

Um minuto, por favor…

O bolsonarismo perdeu a batalha das urnas, mas não está morto.

Diante de um país tão dividido e arrasado, é preciso centrar esforços em uma reconstrução.

Seu apoio, leitor, será ainda mais fundamental.

Se você valoriza o bom jornalismo, ajude CartaCapital a seguir lutando por um novo Brasil.

Assine a edição semanal da revista;

Ou contribua, com o quanto puder.