Sociedade

Com medo, família de Moïse recua da decisão de gerenciar quiosque na Barra da Tijuca

‘Eles aceitam outro quiosque, podem aceitar outra alternativa. Mas não aceitam ficar ali’, diz advogado

Justiça por Moïse: Protesto em São Paulo, neste sábado 5 de fevereiro. Foto: Nelson Almeida/AFP
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A família do congolês Moïse Kabagambe, espancado até a morte no Rio de Janeiro no mês passado, resolveu não assumir os quiosques Biruta e Tropicália, na Barra da Tijuca, zona oeste da capital fluminense.

O acordo para que os familiares do jovem de 24 anos gerenciassem os quiosques foi anunciado pela Prefeitura do Rio em 5 de fevereiro. Os locais virariam espaços de homenagem à cultura congolesa e africana.

Na ocasião, a gestão de Eduardo Paes (PSD) informou que o contrato de concessão com os atuais operadores dos quiosques estava suspenso e, “caso se comprove que eles não têm qualquer envolvimento no crime, A Orla Rio discutirá a transferência para outro espaço”.

Ao G1, porém, Rodrigo Mondego, procurador da Comissão de Direitos Humanos da OAB-RJ, afirmou que a família de Moïse recuou da decisão.

“Eles desistiram de assumir, não querem mais, por medo”, disse o advogado. “Eles querem marcar com a prefeitura para conversar. Eles aceitam outro quiosque, podem aceitar outra alternativa. Mas não aceitam ficar ali porque não vão se sentir seguros nunca. Porque já disseram que não vão sair de lá”.

A Orla Rio informou ao veículo ainda não ter sido comunicada oficialmente da decisão.

Imagens de câmeras de segurança mostraram que os assassinos do congolês recorreram a socos, chutes e golpes com pedaço de pau. Segundo o inquérito conduzido pela Delegacia de Homicídios da Capital, o corpo de Moïse foi encontrado amarrado próximo ao Tropicália.

O congolês se dirigiu ao quiosque para cobrar pagamentos em atraso. O espancamento durou cerca de 15 minutos.

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